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ATENTADO

Nas redes sociais, homem-bomba de Brasília convocava militares para "revolução"

Francisco Wanderley Luiz incitou militares a dar um golpe de Estado e escolheu data próxima à Proclamação da República para realizar o ataque

Da Redação

Quinta - 14/11/2024 às 11:54



Foto: Abr Brasília
Brasília

Francisco Wanderley Luiz, o homem-bomba que morreu ao realizar um atentado contra o Supremo Tribunal Federal (STF) na noite desta quarta-feira (13), incitou militares e escolheu uma data próxima à Proclamação da República para o ataque. Segundo a coluna da jornalista Malu Gaspar, do O Globo, as mensagens postadas por Francisco nas redes sociais chamam a atenção da Polícia Federal para possíveis conexões golpistas.

Segundo a reportagem, Francisco já vinha manifestando publicamente suas ideias golpistas e convocando apoio militar para uma "revolução". Nas postagens, ele incitou militares a se unirem à sua "causa" e mencionou que "as armas pesadas estão nas mãos das gazelas saltitantes". Em um dos textos, ele também exortou diretamente: “Soldado, mostra teu valor!”, usando emojis de caveira.

Os investigadores da Polícia Federal estão analisando as publicações e tentando identificar possíveis vínculos de Francisco com grupos de militares e com o movimento golpista que tentou realizar um atentado no aeroporto de Brasília, além das invasões às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023. Em um dos seus textos, Francisco sugeriu uma “data especial” para o início da “revolução”. Ele escreveu: “Sugiro a vocês uma data especial para iniciar uma revolução: 15/11/2024. Após este grande acontecimento, vocês poderão comemorar a verdadeira proclamação da República!!!” Mais adiante, afirmou: “Os planos estão na final” e que “o jogo acaba em 16/11/2024. Boa sorte!

Em outra postagem, Francisco se dirigiu diretamente a generais, como Freire Gomes e Tomás Paiva, sugerindo que, caso fosse decretado Estado de Sítio, os militares deveriam ficar do lado do povo. Caso contrário, ele insinuou que a inteligência do governo entraria em ação. “E esse caso eu só lamento por vocês”, escreveu ele.

Francisco também havia visitado o STF em agosto deste ano, meses antes do atentado, quando fotografou o plenário e fez um comentário: “Deixaram a raposa entrar do galinheiro… ou não sabem o tamanho das presas, ou é burrice mesmo”. Na quarta-feira, ao tentar acessar o STF, foi barrado pelos seguranças, o que o levou a acionar os explosivos perto da estátua da Justiça. O atentado resultou na sua morte, e o perfil de Francisco foi retirado do ar pelo Facebook após o ocorrido.

A ex-esposa de Francisco relatou que ele participava de acampamentos golpistas em frente a quartéis em Santa Catarina, onde exibia símbolos nacionais e se vestia com fantasias militares. Diante disso, a Polícia Federal intensificou as buscas por dispositivos eletrônicos e possíveis financiadores da ação.

Fonte: Brasil 247

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