Brasil

MEGAOPERAÇÃO NO RIO

Maioria dos mortos tinha ficha criminal e chefiava Comando Vermelho fora do Rio

Até o momento 99 mortos foram identificados

Da redação

Sexta - 31/10/2025 às 12:12



Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress Dezenas de corpos são retirados de área de mata um dia após operação no Complexo da Penha, no Rio
Dezenas de corpos são retirados de área de mata um dia após operação no Complexo da Penha, no Rio

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou, nesta sexta-feira (31), que pelo menos 78 dos mortos na Operação Contenção tinham ficha criminal relevante, incluindo homicídios, tráfico de drogas, roubos e ataques a policiais, sendo que 42 tinham mandados de prisão em aberto. Ao todo, 99 mortos foram identificados até o momento, sendo 40 oriundos de outros estados. Entre eles, havia líderes do Comando Vermelho que comandavam ações em diferentes regiões do Brasil e que, segundo a Polícia Civil, encontravam no Rio um “QG nacional” para treinamento, fuga e rearticulação de quadrilhas.

O balanço parcial reforça o alerta das autoridades sobre a presença de criminosos de alta periculosidade vindos de todo o país para se abrigar e atuar nos complexos do Alemão e da Penha.

Figuras consideradas de alto comando no crime organizado foram identificadas entre os mortos, como Pepê, chefe do tráfico no Pará, Chico Rato e Gringo, do Amazonas, Mazola, DG e FD, da Bahia, além de Fernando Henrique e Rodinha, de Goiás, e Russo, liderança do Espírito Santo. Todos atuavam como chefes ou representantes da facção em seus estados e estavam escondidos na Penha quando foram atingidos nos confrontos.

O secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, afirmou que os dados divulgados hoje confirmam o alerta feito pela corporação há cinco anos, quando passou a denunciar que as restrições a operações policiais favoreceriam o fortalecimento do crime organizado.  “As favelas se tornariam bases operacionais e um local convidativo para que bandidos de outros estados viessem para cá. Hoje temos a constatação disso”, disse. “A operação mostrou que as comunidades da Penha e do Alemão se tornaram QG do CV em nível nacional. Marginais de outros estados vêm para o Rio para serem formados aqui e depois voltam para propagar os ensinamentos”, completou.

Apesar das prisões e mortes, os principais alvos da megaoperação continuam foragidos: Edgard Alves de Andrade, o Doca, apontado como chefe máximo da facção na Penha; Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, braço direito de Doca; e Washington César Braga da Silva, o Grandão, conhecido como “síndico” do tráfico na região.

O secretário de Segurança Pública, Vítor dos Santos, também participou da coletiva ao lado de representantes das forças policiais fluminenses. Eles destacaram que o enfrentamento ao tráfico continuará e que o número final de mortos, presos e identificados ainda pode aumentar conforme avançam as análises de laudos e registros do Instituto Médico-Legal.

A Operação Contenção, que deixou 121 mortos segundo o balanço oficial, é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro.

Fonte: Metrópoles e g1

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