As Forças Armadas do Brasil destruíram a primeira pista de pouso ilegal dentro da Terra Yanomami, utilizada para abastecer o garimpo clandestino, na última quarta-feira (18). A ação, realizada na região de Surucucu, é parte de uma nova estratégia do governo federal para combater a exploração ilegal de recursos naturais.
Com a demolição da pista, o governo busca interromper as principais rotas de abastecimento dos garimpeiros, dificultando o acesso às áreas remotas onde ocorrem essas atividades ilícitas. Desde março, outras 44 pistas já haviam sido destruídas ao redor da Terra Indígena Yanomami.
As rotas clandestinas foram mapeadas por meio de sobrevoos de reconhecimento, imagens de satélite e tecnologias avançadas fornecidas pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). O radar SABER M60, desenvolvido pelo Exército, também foi fundamental para identificar essas vias de acesso.
As informações obtidas através da análise de imagens e coleta de dados de inteligência das Forças Armadas foram enviadas à Casa de Governo, que coordenou a operação em colaboração com os militares. A destruição dessas pistas é essencial para desarticular a logística dos garimpeiros e desincentivar a abertura de novas áreas de exploração, tanto dentro quanto fora da Terra Yanomami.
“A destruição de pistas causa um impacto significativo na logística do garimpo”, afirmou Nilton Tubino, assessor da Secretaria-geral da Presidência da República. Ele destacou que a falta de rotas de acesso aéreo tornará a continuidade das atividades garimpeiras muito mais difícil, desmotivando os exploradores a permanecerem na área indígena.
O governo federal continua monitorando outras pistas clandestinas e planeja novas ações em breve como parte de um esforço contínuo para proteger a Terra Yanomami. O uso de tecnologias avançadas é um dos pilares dessa estratégia.
Desde março de 2024, as operações do governo se intensificaram, resultando em prejuízos estimados em R$ 209 milhões para os garimpeiros. No total, foram realizadas 1.812 operações que resultaram na destruição de 20 aeronaves, 96 antenas Starlink, 45 pistas de pouso, 11 quadriciclos, 761 motores, 86.560 toneladas de cassiterita, 239 geradores, 298 acampamentos clandestinos e 93.854 litros de óleo diesel.
Fonte: Agência Brasil