
Uma revelação feita pelo jornalista e biógrafo do presidente Lula, Fernando Morais, ganhou grande repercussão nesta quinta-feira (18), após ele revelar que o governo dos Estados Unidos vem monitorando Lula por décadas. Foram encontrados quase 819 documentos, que somam 3.300 páginas de registros, feitos desde 1966 até 2019. O monitoramento foi divulgado pelo jornal Folha de São Paulo.
De acordo com a Folha, Fernando Morais conseguiu levantar as informações com a ajuda do escritório de advocacia Pogust Goodhead para pedir informações a todas as agências dos EUA através da Lei de Acesso à Informação do país. Os primeiros dados foram recebidos recentemente do Departamento de Defesa.
A CIA foi responsável pela maior parte dos 3,3 mil documentos produzidos pelo governo dos EUA sobre o presidente Lula, totalizando 613 registros e 2.000 páginas. Os documentos incluem informações sobre as relações de Lula com a ex-presidente Dilma Rousseff, autoridades do Oriente Médio e China, planos militares brasileiros e a produção da Petrobras.
O monitoramento começou durante a ditadura militar, quando Lula emergiu como um dos principais líderes sindicais, e continuou até pouco após sua prisão em 2018. Ainda não está claro se o mandato atual de Lula, iniciado em 2023, também foi monitorado.
Além da CIA, o Departamento de Estado produziu 111 documentos, a Agência de Inteligência da Defesa 49, o Departamento de Defesa 27, o Exército Sul dos EUA oito e o Comando Cibernético do Exército um. O jornalista e os advogados ainda aguardam respostas do FBI, NSA e da Rede de Combate a Crimes Financeiros (FinCEN), que têm até 40 dias úteis para informar se fornecerão os dados solicitados.
Fonte: Brasil 247, Folha de São Paulo