Uma estudante do curso de Direito da Unidade Central de Educação Faem (UCEFF), localizada em Chapecó, Santa Catarina, está sendo investigada pela Polícia Civil após admitir que perdeu quase R$ 77 mil do fundo de formatura da turma em apostas online, incluindo o controverso "jogo do tigrinho". O montante, arrecadado ao longo de três anos pelos alunos, seria destinado à festa de formatura da turma, marcada para o dia 22 de fevereiro de 2025.
A descoberta sobre o desvio de recursos ocorreu em fevereiro, a menos de um mês do evento. A empresa contratada para organizar a festa informou que o pagamento final de R$ 76.992,00 não havia sido efetuado, e que apenas um adiantamento de R$ 2 mil havia sido pago. Quando questionada sobre a situação financeira, a presidente da comissão de formatura, responsável pelo gerenciamento dos recursos, confessou aos colegas que havia perdido todo o dinheiro em apostas, incluindo em jogos como o "tigrinho".
Em uma mensagem enviada ao grupo da turma, a estudante se desculpou e explicou a situação, revelando que seu vício em apostas online a levou a usar os recursos do fundo de formatura para tentar recuperar as perdas: "Eu perdi todo o dinheiro da formatura. Me viciei em apostas online, Tigrinho e afins, e quando perdi todo o dinheiro que eu tinha guardado, comecei a usar o da formatura para tentar recuperar. E aí, cada vez mais fui me afundando no jogo."
Diante da gravidade do caso, a Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o ocorrido, considerando a possibilidade de apropriação indébita ou estelionato. O delegado responsável já encaminhou uma representação ao Poder Judiciário com o objetivo de rastrear e, se possível, recuperar os recursos desviados. Enquanto as investigações seguem, os formandos tentam buscar alternativas para remediar a situação. A turma iniciou campanhas e eventos de arrecadação para conseguir fundos e remarcar a festa para o mês de maio de 2025.
A estudante confessou ter perdido o dinheiro da formatura em apostas no 'jogo do tigrinho', um popular jogo de azar online - Reprodução/Redes Sociais
O "jogo do tigrinho", citado pela estudante em sua confissão, é um jogo de azar online desenvolvido pela empresa PG Soft, de Malta. A plataforma, que se popularizou no Brasil em 2023, é frequentemente associada a vícios e perdas financeiras substanciais. Com o aumento da promoção do jogo por influenciadores nas redes sociais, o "tigrinho" gerou controvérsias no país, especialmente devido às implicações legais e psicológicas para os jogadores. Em resposta ao aumento de casos relacionados a jogos de azar ilegais, a Polícia Civil tem intensificado investigações sobre práticas de apostas na internet.
Fonte: Brasil 247
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