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Entidades LGBTI+ criticam Meta por mudanças em regras: "patologização e aumento de ódio"

Organizações alertam sobre risco de discursos de ódio e a liberação de conteúdos homofóbicos nas redes sociais após alterações nas plataformas

Da Redação

Sábado - 11/01/2025 às 10:53



Foto: Joédson Alves/Agência Brasil Entidades LGBTI+ criticam novas políticas de comunicação da Meta
Entidades LGBTI+ criticam novas políticas de comunicação da Meta

Entidades LGBTI+ expressaram preocupação com as recentes mudanças nas políticas de moderação de conteúdo do Facebook e Instagram, anunciadas pelo CEO da Meta, Mark Zuckerberg. As alterações incluem o fim da checagem de fatos e uma redução na moderação de conteúdos, o que, segundo as organizações, pode resultar em um aumento de discursos de ódio e a patologização de identidades LGBTI+.

A Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH) emitiram uma nota em que pedem a revisão da atuação da Meta no Brasil e destacam que as mudanças violam princípios de direitos humanos e podem comprometer avanços democráticos. As entidades alertam que a permissão de conteúdos que tratam a homossexualidade e a transgeneridade como doenças, desconsiderando os estudos científico, representa um grave retrocesso.

As alterações, que já entraram em vigor nos Estados Unidos, incluem a liberação de insultos homofóbicos e xenófobos, que antes eram filtrados. Segundo a Meta, a mudança visa a uma maior liberdade de expressão, embora muitos críticos temam as consequências para a segurança e dignidade das pessoas LGBTI+, que podem ser alvo de discursos prejudiciais.

Renan Quinalha, presidente do Grupo de Trabalho Memória e Verdade LGBT, destacou a gravidade de permitir a disseminação de discursos de patologização, lembrando das violências históricas sofridas pela comunidade LGBTI+, incluindo tratamentos médicos coercitivos. A luta pela despatologização dessas identidades, considerada uma conquista recente no Brasil, corre o risco de retroceder sem a devida regulação das plataformas digitais.

Governos internacionais também têm se manifestado contra a decisão da Meta. O Brasil e a França, por meio de suas lideranças, expressaram preocupação com o aumento de desinformação e discursos de ódio. A União Europeia, por sua vez, reafirmou a importância de garantir que as plataformas respeitem as legislações que protejam a democracia e os direitos das crianças.

O Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional também estão atentos ao tema, com ações em andamento que podem determinar a responsabilidade das redes sociais por conteúdos prejudiciais e a necessidade de uma regulação mais clara.

Fonte: Agência Brasil

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