Dois desembargadores da Justiça de Santa Catarina se declararam suspeitos para julgar um recurso envolvendo o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, após participarem de um jantar promovido por ele. A desembargadora Haidée Denise Grin, que esteve no evento realizado em 16 de dezembro, decidiu se afastar do caso, e a redistribuição do processo foi determinada. A decisão foi tomada após a revelação pública do encontro.
O jantar de Natal organizado por Hang, ocorreu em sua mansão histórica em Brusque (SC) e contou com a presença de pelo menos outros dez magistrados, incluindo o desembargador André Carvalho, que também se declarou suspeito em 20 de dezembro. Carvalho seguiu o mesmo raciocínio da colega e argumentou que, para evitar questionamentos sobre imparcialidade, deveria se afastar do julgamento.
O processo em questão envolve um recurso protocolado pela defesa do professor Guilherme Howes Neto, condenado a pagar R$ 20 mil a Hang por danos morais. Neto foi condenado em razão de publicações que o empresário considerou difamatórias. A decisão foi proferida pelo juiz Gilberto Gomes de Oliveira Junior, da 1ª Vara Cível de Brusque, filho do desembargador Gilberto Gomes de Oliveira, também presente no jantar.
A assessoria de Luciano Hang afirmou que o evento teve caráter cultural, relacionado à visita à restauração da Casa Renaux, um imóvel histórico de Brusque. Após os afastamentos, o processo precisará ser redistribuído novamente.
Fonte: Diário do Centro do Mundo