Brasil

FEMINICÍDIO

A cada 17 horas, ao menos uma mulher foi vítima de feminicídio em 2024

Nove estados registraram 531 mortes por razão de gênero

Da Redação

Quinta - 13/03/2025 às 07:30



Foto: Joédson Alves/Agência Brasil As mulheres são a maioria da população brasileira, mas ainda enfrentam uma série de desigualdades e violências
As mulheres são a maioria da população brasileira, mas ainda enfrentam uma série de desigualdades e violências

Em 2024, uma mulher foi morta por razão de gênero a cada 17 horas nos nove estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança. O total de feminicídios foi de 531 vítimas, sendo que, em 75,3% dos casos, os autores eram pessoas próximas, e, se considerados apenas parceiros ou ex-parceiros, esse índice sobe para 70%.

O boletim "Elas Vivem: um Caminho de Luta", divulgado em 13 de março de 2025, revela que, ao longo do ano, pelo menos 13 mulheres foram vítimas de violência a cada 24 horas nesses estados. O número total de mulheres afetadas pela violência foi de 4.181, representando um aumento de 12,4% em relação a 2023.

Embora o Brasil tenha registrado avanços nas políticas públicas de proteção, como as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) e a Lei Maria da Penha, o cenário de violência contra as mulheres permanece alarmante. A pesquisadora Edna Jatobá destaca que, apesar das melhorias, as políticas de assistência ainda são frágeis, o que contribui para o aumento contínuo dos números.

Aqui estão os números de violência e feminicídios em cada estado monitorado:

  • Amazonas: 604 casos de violência e 33 feminicídios.
  • Bahia: 257 casos de violência e 46 feminicídios.
  • Ceará: 207 casos de violência e 45 feminicídios.
  • Maranhão: 365 casos de violência e 54 feminicídios.
  • Pará: 388 casos de violência e 41 feminicídios.
  • Pernambuco: 312 casos de violência e 69 feminicídios.
  • Piauí: 238 casos de violência e 36 feminicídios.
  • Rio de Janeiro: 633 casos de violência e 63 feminicídios.
  • São Paulo: 1.177 casos de violência e 144 feminicídios.

O Amazonas entrou para o monitoramento em 2024, registrando 604 casos de violência e 33 feminicídios, com 84,2% das vítimas de violência sexual sendo crianças e adolescentes.

A Bahia observou uma redução de 30,2% nos casos de violência, mas Salvador ainda foi a cidade com o maior número de incidentes.

O Ceará enfrentou o pior cenário em sete anos, com aumento de 21,1% nos casos de violência, totalizando 207 ocorrências. A maioria das vítimas foi agredida por parceiros ou ex-parceiros.

O Maranhão teve um aumento alarmante de 90% nos casos de violência, com 365 vítimas e 54 feminicídios, sendo que a maioria das vítimas tinha idades entre 18 e 39 anos.

O Pará registrou um crescimento de 73,2%, com 388 casos de violência. A maioria dos crimes foi cometida por parceiros ou ex-parceiros.

Pernambuco apresentou uma leve queda de 2,2% nos casos de violência, mas continuou com altos índices de feminicídios, com 69 ocorrências.

O Piauí teve um aumento de 17,8% nos crimes, com 36 feminicídios registrados. A capital Teresina foi a cidade com maior número de ocorrências.

O Rio de Janeiro viu um pequeno aumento de 1,9% nos casos de violência, com 633 registros, e altos números de feminicídios e tentativas de feminicídio.

São Paulo foi o estado com o maior número de casos de violência, registrando 1.177 casos e 144 feminicídios, com a maioria cometida por parceiros ou ex-parceiros.

O boletim reforça a importância de melhorar as políticas públicas e a transparência dos dados para que se possa combater de forma mais eficaz a violência de gênero no país.

Fonte: Agência Brasil

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