Poucos homens públicos piauienses foram tão eficientes em sua área de atuação quanto o Dr. Abílio de Santana Ribeiro, morto na terça-feira, 31 de outubro, aos 77 anos. Discreto e trabalhador, competente e exímio conhecedor da legislação estadual, foi Procurador-Geral do Estado entre 1991 e 1994, durante os mandatos dos governadores Freitas Neto (1991-1994) e Guilherme Melo (1994).
Durante sua gestão, realizou dois concursos para a carreira, dos quais um participei, logrando aprovação e tendo, por isso, a honra de tê-lo conhecido como líder da categoria naquele momento e como um colega que acolhia e aconselhava os mais jovens, que tinha por prática ser um arrimo nas dificuldades próprias de quem começa uma caminhada, dada a natural inexperiência.
É bastante possível que a natural generosidade que o Dr. Abílio trazia consigo fosse decorrente de ele ser um homem forjado na cultura sertaneja de São Lourenço do Piauí, onde nasceu, quando o município ainda era um povoado de São Raimundo Nonato, em 1946. Ele e o irmão, o procurador de Justiça Alípio de Santana Ribeiro, nascido em 1947, trilharam árduos caminhos para estudar e se tornarem respeitáveis integrantes de duas instituições do Direito e do aparato judicial público do Estado do Piauí.
É certo imaginar que as qualidades encontradas em Dr. Abílio são pessoais, mas certamente reforçadas pelo fato de ele ter nascido no sertão, onde a coragem, determinação e resiliência são uma rotina, onde os esforços para a sobrevivência em meio inóspito forjam fortaleza, mas também brandura, nascida da compreensão de que ser solidário é parte de uma cultura de vida.
A condição de homem bom e de reto caráter, que não se intimida diante das vicissitudes da vida, fê-lo trilhar com galhardia, bom humor e respeito de seus pares 40 anos de trabalho na Procuradoria-Geral do Estado, instituição à qual emprestou seu talento e competência até se aposentar.
Em quatro décadas como procurador do Estado, atuou de modo impecável pelo crescimento e fortalecimento da PGE, cuja atuação é de fundamental importância na defesa dos interesses públicos, no resguardo à economicidade e boa aplicação dos recursos públicos estaduais. Essas missões hoje bem cumpridas pela PGE resultam da ação dedicada de Abílio Santana e todos os que se seguiram no comando da instituição. A ele, pois, enquanto procurador-geral, membro da instituição e homem público focado na cidadania, devemos um permanente agradecimento.