Filosofia de Vida

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Calor Extremo e o Aumento do Cortisol: Entendendo os Impactos na Saúde

Este fenômeno pode ter implicações sérias e multifacetadas para o bem-estar humano.

Fabiano de Abreu

Quarta - 07/08/2024 às 07:46



Foto: Arte GLOBO Calor extremo bate recorde no Brasil
Calor extremo bate recorde no Brasil

O aumento da temperatura global tem levado a ondas de calor mais frequentes e intensas, colocando uma pressão significativa sobre a saúde pública. Entre os efeitos menos discutidos, mas profundamente significativos, está o aumento dos níveis de cortisol, um hormônio esteróide produzido pelas glândulas adrenais em resposta ao estresse. Este fenômeno pode ter implicações sérias e multifacetadas para o bem-estar humano.

A Biologia do Estresse Térmico

Quando exposto a temperaturas elevadas, o corpo humano interpreta isso como um estado de estresse. Para lidar com isso, ele desencadeia uma série de respostas fisiológicas coordenadas pelo eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA). Essa resposta ao estresse resulta na liberação de cortisol, que, embora crucial para a gestão de curto prazo das necessidades energéticas e a manutenção do equilíbrio hídrico, pode ser prejudicial se persistir por períodos prolongados.

Consequências do Aumento Prolongado do Cortisol

1. Alterações Metabólicas: O cortisol estimula a gliconeogênese, o processo pelo qual o fígado converte aminoácidos em glicose, um combustível essencial durante períodos de estresse. No entanto, o aumento prolongado da glicose sanguínea pode exacerbar ou contribuir para o desenvolvimento de resistência à insulina e diabetes tipo 2.

2. Imunossupressão: Embora as propriedades anti-inflamatórias do cortisol sejam benéficas em reações agudas, seu efeito prolongado pode suprimir a imunidade, aumentando o risco de infecções e potencialmente retardando a cura de feridas.

3. Impactos Psicológicos: O aumento do cortisol está associado a um risco aumentado de problemas de saúde mental, incluindo ansiedade e depressão. A capacidade de lidar com o estresse diário pode diminuir, e a sensação de bem-estar geral pode ser seriamente comprometida.

4. Distúrbios do Sono: O cortisol desempenha um papel regulador nos padrões de sono. Níveis elevados, especialmente à noite, podem levar a dificuldades para dormir, resultando em insônia e diminuição da qualidade do sono.

5. Desregulação de Fluidos e Eletrólitos: O cortisol influencia também a retenção de sódio e água, o que pode levar a alterações na pressão arterial e potencialmente sobrecarregar o sistema cardiovascular.

Fabiano de Abreu

Fabiano de Abreu

Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues é PhD em Neurociências; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências; Mestre em Psicologia; Mestre em Psicanálise com formações em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filósofo, Jornalista, Especialização em Programação em Python, Inteligência Artificial e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Membro ativo da Redilat - La Red de Investigadores Latinoamericanos; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Professor e investigador cientista na Universidad Santander de México, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da FENS, Federação Européia de Neurociências; Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associação e sociedades de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.
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