Blog do Brandão

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PANDEMIA

Casos graves e mortes por Covid-19 estão mais raros, mas a doença ainda exige cuidados

Especialistas confirmaram a diminuição dos casos graves e mortes por Covid-19, mas alertam que pandemia não acabou

Por Luiz Brandão

Quinta - 22/08/2024 às 10:18



Foto: Arquivo do Piauí Hoje A Covid-19 levou muita gente para a UTI e de lá para os cemitérios
A Covid-19 levou muita gente para a UTI e de lá para os cemitérios

Casos graves e mortes por Covid-19 estão mais raros, mas as pessoas infectafas com o SARS-CoV-2, um vírus da família dos coronavírus, não podem negligenciar e deixar de acompanhar a evolução ou não da doença. A Covid-19 não acabou e ainda causa mortes em todo o planeta. Isso é o que afirmam especialistas da área de saúde pública e em pandemias em todo o mundo.

No Brasil, o Ministério da Saúde - MS, vem confirmando a redução simultânea de óbitos e novos casos de Covid-19 do final de 2023 até agora, em agosto de 2024. Mas as recomendações sobre os cuidados com a doença devem ser mantidos em casos de infecção com "novo coronavírus".

Dados do Boletim Epidemiológico, atualizados no dia 15 de agosto de 2024 e disponibilizados pelo Ministério da Saúde, mostram que do início da pandemia (11.03.2020) até agora já foram registrados oficialmente quase 39 milhões casos de Covid-19 no Brasil (38.863.345).

Desse total, segundo o Ministério da Saúde, 9.270 são casos novos, de 2024. Os óbitos acumulados de 2020 até 2024 somam mais de 712,8 mil casos. Conforme o MS, a letalidade atual do vírus da Covid-19 no Brasil está em torno de 1,8% dos casos registrados.

Novos equipamentos foram criados para ajudar no tratamento dos pacientes 

Recomendações 

Os médicos afirmam que as pessoas com Covid-19 precisam acompanhar a evolução da doença por causa da rapidez de replicação do novo coronavírus e a possibilidade de contrair infecção concomitantes, o que pode levar a maiores complicações e à necessidade de internação hospitalar.

De acordo com especialistas, os testes positivos para SARS-CoV-2, o vírus da Covid-19, estão cada vez mas corriqueiros nas farmácias e hospitais. Mas os casos que evoluem para a formas mais graves da doença estão cada mais raros. Muita gente contrai o vírus e não sente nada e, por isso, nem sabe que foi infectada.

Para a maioria dos médicos, a Covid-19 tornou-se uma doença respiratória comum. Alguns dizem que atualmente existe mais casos graves relacionados ao H1N1 que propriamente ao SARS-CoV-2. O H1N1 é o vírus da chamada "gripe suína", um subtipo do vírus influenza A, que afeta o sistema respiratório, levando ao surgimento de sintomas como febre, calafrios, nariz escorrendo ou entupido, ou perda do apetite.

Uma das vítimas mais recentes de casos graves decorrentes de H1N1 foi Silvio Santos, o conhecido empresário, apresentador de TV e dono do STB, que morreu na madrugada de sábado passado (17.08) em decorrência de complicações geradas pelo H1N1.

Grande filas se formaram para a vacinação contra a Covid-19. O resultado foi muito positivo 

Doença respiratória

A Covid-19, atualmente, é tratada com uma doença respiratória e que deve ser cuidada como as demais doenças infecciosas. Mas não se deve esquecer que ela continua sendo considerada como uma pandemia, ou seja, uma epidemia de transmissão sustentada de pessoa a pessoa entre países.

Os riscos dos casos graves não acabaram. Eles diminuíram bastante e se tornaram raros por causa do efeito das vacinas, que não eliminaram o vírus, mas reduziram consideravelmente a agressividade e letalidade dele. As vacinas evitaram milhares e milhares de mortes por Covid-19 no mundo inteiro.

Cuidados

Mas essas doenças estão presentes e precisam de cuidados e acompanhamento da evolução do quadro de cada uma. No caso da Covid-19, não devem ser desconsiderados casos com febre duradoura, tosse seca persistente, mal estar constante, cansaço e dificuldades para respirar. 

Segundo os médicos, caso esses sintomas estejam presentes, o doente precisa procurar ajuda médica o mais rápido possível, porque o SARS-COV-2, o coronavírus, tem grande capacidade de replicação e um caso que poderia se simples pode se agravar bastante e muito rapidamente e necessitar de internação hospitalar.

Outras medidas de prevenção deve ser sempre seguidas. Entre elas lavar bem as mãos com sabão e água corrente, usar máscaras em locais de aglomeração, passar álcool (70%) nas mãos, braços e cotovelos para eliminar e evitar transmissão do vírus. Esses cuidados servem também para evitar outros tipos de doenças. 

A corrida contra a morte era constante e contou com o heroísmo dos profissionais da saúde 

O que é a Covid-19 

A Covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global. 

O SARS-CoV-2 é um betacoronavírus descoberto em amostras de lavado broncoalveolar obtidas de pacientes com pneumonia de causa desconhecida na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China, em dezembro de 2019.

O SARS-COV-2 pertence ao subgênero Sarbecovírus da família Coronaviridae e foi o sétimo coronavírus conhecido a infectar seres humanos.

As UTI's estavam sempre lotadas com doentes graves da Covid-19 

Nova recomendação 

Em 5 de setembro de 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou uma alteração no status da Covid-19, que deixou de ser classificada como emergência de saúde pública de interesse internacional. O anúncio foi feito pelo presidente da OMS, Tedros Adhanom, que declarou basear-se em recomendações do corpo técnico da entidade.  

Cemitério novo foram abertos para as vítimas da Covid-19 em todo o Brasil 

“Está na hora de os países fazerem a transição do modo de emergência para o de manejo da Covid-19 juntamente com outras doenças infecciosas”, explicou Adhanom. O anúncio repercutiu por todo o planeta, e foi comemorado por muitos como um sinal de que a própria pandemia já estaria chegando ao fim.

Porém, esta não é a interpretação adequada da fala de Adhanom, analisa a farmacêutica Rejane Maria Tommasini Grotto, docente da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, câmpus de Botucatu. Grotto coordena o Laboratório de Biotecnologia Aplicada (LBA) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB).

A farmacêutica defende a importância de manter os cuidados contra a Covid-19, que ainda segue causando internações e óbitos. Destes cuidados, segundo ela, um dos mais essenciais é a atenção à vacinação, que ainda enfrenta uma onde de fake news (mentiras), que procura convencer os brasileiros a não se vacinarem.

Rejane Grotto também destaca os erros e acertos na luta contra a Covid-19 no Brasil, e os aprendizados que o enfrentamento à emergência trouxeram para os serviços de saúde e que podem ajudar a lidar melhor com uma futura nova pandemia.

Para ela, ainda existe a necessidade de intensificar o combate às fake news e melhorar a comunicação em saúde pública. “A vacina foi o que fez a diferença. Não podemos deixar de nos vacinar, tanto contra a Covid-19 quanto contra as demais doenças”, concluiu a especialista.

NEGACIONISMO: Bolsonaro promoveu aglomerações ajudando espalhar o vírus

A pandemia e as mortes no Brasil 

No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a Covid-19 como pandemia. Do início da pandemi até o final de 2022, doença matou mais de 700 mil pessoas no Brasil. Esse número poderia ter sido bem menor se o então presidente Jair Bolsonaro tivesse aconselhado os brasileiros a seguirem ss recomendações das autoridades mundiais da saúde.

Mas numa completa demonstração de estupidez, Bolsonaro resolveu fazer exatamente o contrário do que todos os especialistas do mundo recomendaram. Ele desrespeitou as ordens de isolamento social para evitar maior números de contaminação, promoveu aglomerações que incentivaram o aumento do número de infectados com vírus letal.

ESTUPIDEZ: Bolsonaro imita pessoa com falta de ar e morrendo sem fôlego

Bolsonaro foi tão insensível ao sofrimento da população que chegou a debochar das pessoas que estavam doente. Chegou a imitar o drama fatal das pessoas morrendo com falta de fôlego. E absurdamente, sem nenhum conhecimento, classificou doença como uma "gripezinha".

E o pior de tudo: atendendo a interesses de seus auxiliares e até dos filhos, atrasou em pelo menos seis meses a compra das vacinas que poderiam ter evitado ao menos 300 mil mortes, segundo cálculos das autoridades especializadas em saúde pública e pandemias.

Wellington Dias orientou a equipe para enfrentar a crise da Covid-19 

Piauí foi exemplo no combate à pandemia 

Apesar da adversidades criadas pelo negacionismo do então presidente da República, Jair Bolsonaro, e do seu governo adversário, o Piauí conseguiu ser exemplo entre os estados no combate à pandemia da Covid-19. 

Ainda em 2020, orientado pelas autoridades de saúde, o então governador Wellington Dias, atual ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, reuniu sua equipe de secretários, adotou diversas medidas e liberou recursos para enfrentar a crise.

Em abril e novembro de 2020, Wellington Dias decretou, por duas vezes, estado de calamidade pública em decorrência da Covid-19. E em 21 de maio de 2021, o governador o voltou a decretar “situação de calamidade pública” no estado pelo mesmo motivo.

Rafael Fonteles, então secretário de Fazenda, Wellington Dias e Florentino Neto, então secretário de Saúde na assinatura de medidas para enfrentamento da pandemia 

A coordenação do trabalho de combate à pandemia coube ao próprio governador e ao então secretário de Saúde do Piauí, Florentino Neto, hoje deputado federal. O governo instalou um gabinete de crise exclusivamente para tratar da pandemia da Covid-19, porque era a demanda mais importante para os gestores.

Wellington e sua equipe também mobilizaram os governadores, especialmente os do Consórcio do Nordeste, em ações conjuntas para aquisição de insumos e equipamentos como respiradores e aparelhos de topografia, muito utilizados nos diagnóstico e no auxílio ao tratamento dos doentes. Também buscou alternativas para comprar as vacinas, já que o governo federal demorou a agir nesse sentido.

O Piauí foi um dos primeiros estados a montar um Hospital de Campanha. A unidade temporária foi instadala no Ginásio Verdão, na Zona Norte de Teresina. Muitos leitos novos foram abertos em todos os hospitais públicos do estado e em alguns hospitais particulares. Medicamentos, equipes médicas, ambulâncias e tudo que fosse necessário para socorrer as vítimas da Covid-19 o governo do estado colocou à disposição da população.

Wellington Dias e Florentino Neto acompanharam de perto a instalação do Hospital de Campanha 

O Piauí também foi um dos primeiros estados a completar todo o primeiro ciclo de vacinação contra a Covid-19, o que ajudou a diminuir os óbitos causados pelo "novo coronavírus". Essas ações ajuaram a salvar muitas vidas. E o bom trabalho dos gestores piauienses no enfrentamento à pandemia da Covid-19 foi reconhecido em nível nacional e internacional.

Sites recomendados para mais informações sobre a Covid-19 

https://covid.saude.gov.br/
https://www.paho.org/pt
https://www.paho.org/pt/brasil
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos

Luiz Brandão

Luiz Brandão

Luiz Brandão é jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. Está na profissão há 40 anos. Já trabalhou em rádios, TVs e jornais. Foi repórter das rádios Difusora, Poty e das TVs Timon, Antares e Meio Norte. Também foi repórter dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, O Estado, Diário do Povo e Correio do Piauí. Foi editor chefe dos jornais Correio do Piauí, O Estado e Diário do Povo. Também foi colunista do Jornal Meio Norte. Atualmente é diretor de jornalismo e colunista do portal www.piauihoje.com.
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