Polícia

Sindicato revela que Amarildo não é um caso isolado na Polícia Civil

Dependência de álcool e droga é mais comum do que se imagina na Segurança

Segunda - 09/01/2017 às 16:01



Foto: Paulo Pincel Presidente do Sinpolpi, Constantino Júnior
Presidente do Sinpolpi, Constantino Júnior

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi), Constantino Júnior,  denuncia que não há uma avaliação psicológica permanente dos servidores da Secretaria de Estado da Segurança Pública, que trabalham sob pressão, submetidos ao estresse constante da atividade policial e, muitas vezes, acabam dependentes de álcool e drogas, como é o caso do agente de Polícia Civil Amarildo Henrique de Oliveira Costa, acusado de assalto e tentativa de homicídoo contra três pessoas no bairro Promorar, em Teresina no final de semana.

O sindicalista acusa a Secretaria de Segurança de se preocupar apenas em punir, quando deveria cuidar da saúde dos servidores, principalmente daqueles que são dependentes químicos. Amarildo, revela, não é um caso isolado. “Já conversamos com ele, mas quem está doente, não quer reconhecer que está doente”.

O presidente lembra o caso de policial civil que foi pedida a avaliação psicológica para que ele fosse aposentado por não estar em condições de trabalhar. "É uma situação grave e nós defendemos que deve haja uma apuração tanto do ponto de vista criminal quanto administrativo. Mas não podemos deixar de cobrar da Secretaria de Segurança que haja um acompanhamento e uma assistência à saúde não só a esse policial, mas a outros policiais civis que são dependentes químicos, tanto de drogas lícitas quanto ilícitas", defendeu.

Constantino Júnior acredita que se houvesse um tratamento psicológico para esses policiais, muitos estariam recuperados e não chegariam ao "fundo do poço", como aconteceu com Amarildo Costa. "O que esse policial fez, nenhum policial, em sã consciência, faria, se não tivesse no fundo do poço. A gente não pode só ver a Polícia Civil agir de forma repressiva, no caso da Corregedoria, que desde domingo vem agindo, inclusive instaurando um novo processo administrativo porque ele já responde a um processo. O que a gente ver de forma efetiva é só a questão da repressão".

Para o presidente do Sinpolpi, há a necessidade da Polícia Civil, através do secretário de Segurança, Fábio Abreu, e do delegado-geral, Riedel Batista, dar um acompanhamento psicossocial aos policiais civis que tem problemas com alcoolismo, com uso de drogas.

"Lamentavelmente, não se faz nada. Não se tem um acompanhamento psicológico, não se tem um perfil psicológico desses policiais.  E aío a gente vê situações extrema como essa, que se houvesse por parte da Secretaria de Segurança uma preocupação com a saúde desses policiais isso não aconteceria. Isso é gravíssimo. Esse policial já vem sofrendo por sua dependência e lamentavelmente a Secretaria de Segurança nunca tomou providência, do ponto de vista de afasta-lo, de dar tratamento, de não acautelar uma arma de fogo para uma pessoa com essa doença. Nós temos hoje vários policiais com esse problema de saúde... muitos policiais precisam de tratamento e a Polícia Civil vira as costas”, reclama. 

Fonte: Paulo Pincel

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