Luiz Sérgio não irá, neste primeiro momento, aceitar os pedidos protocolados pela oposição para que petistas como os ex-ministros da Casa Civil José Dirceu e da Fazenda Antônio Palocci, além do tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff, Edinho Silva, prestem esclarecimentos.
Ao justificar sua decisão, o relator afirmou que é preciso separar o que é importante para a investigação do que pode servir só para criar espetáculo.
— Esses requerimentos não entram porque a CPI vai ter que definir se quer investir numa linha investigativa para obter informações ou se quer apenas fazer espetáculo — disse Luiz Sérgio.
Ele disse que não quer fazer da CPI uma disputa político-partidária. E que a oposição foi atendida em suas demandas:
— Concordei com vários requerimentos da oposição, o que demonstra que, quando a gente quer focar nas investigações, fica claro que há mais convergências do que divergências.
O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), resolveu criar quatro subcomissões para apurar superfaturamento na construção de refinarias, constituição de Sociedades de Propósitos Específicos, afretamento de navios e irregularidade na operação da Sete Brasil, além da venda de ativos da Petrobras na África.
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A decisão enfraquece o trabalho do relator. Luiz Sérgio, porém, disse que está negociando para que o resultado dessas subcomissões seja atrelado ao seu, para que ele tenha a palavra final no relatório. Motta negou que queira esvaziar o trabalho do relator.
— Estou querendo dar agilidade à CPI — declarou.
A deputada Eliziane Gama (PPS-MA), que integra a CPI da Petrobras, quer que a Procuradoria Geral da República (PGR) compartilhe com a comissão as informações de que dispõe, incluindo as delações premiadas citando políticos. Eliziane afirmou que é importante que a comissão tome conhecimento sobre o que há contra cada um, para que possa definir como atuará daqui em diante.
Fonte: O Globo