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EX-PREFEITO

Juiz arquiva inquérito sobre a morte de Firmino Filho; veja depoimentos

Foram liberados depoimentos de alguns personagens. Para o juiz, há a ausência de tipicidade penal

Da Redação

Quinta - 01/07/2021 às 17:52



Foto: Ex-prefeito de Teresina, Firmino Filho
Ex-prefeito de Teresina, Firmino Filho

O juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina, decidiu por determinar o arquivamento do inquérito da investigação da morte do ex-prefeito Firmino Filho, que aconteceu na tarde do dia 6 de abril deste ano.

O delegado Divanilson Sena, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) presidiu o inquérito. Foram liberados depoimentos de alguns personagens. Para o juiz, há a ausência de tipicidade penal.

Os depoimentos são de pessoas de tiveram contato com Firmino nos últimos dias e até momentos antes de sua morte. Entre eles: a viúva Lucy Soares. Ela afirma que o marido “estava muito triste, calado e olhando perdido para o tempo”.

Lucy disse que o casamento estava bem e acredita que a tristeza se deu pela saída da prefeitura, trabalho exaustivo na pandemia e a nova rotina de trabalho no Tribunal de Contas da União (TCU).

Depoimento de Lucy Soares:

“A depoente estava em sua residência, quando recebeu uma ligação de uma amiga que foi à sua casa dar a notícia do que havia acontecido com Firmino Filho, momento em que ficaram aguardando mais informações. Nesse momento, a depoente ligou para seu genro BRENO e para seus filhos BARBARA e BRUNO, pedindo que fossem à casa da depoente. No dia 06/04/2021, por volta das 8h10, FIRMINO, após ter dormido sozinho na casa de onde o casal planejava se mudar, apareceu no apartamento para o qual estavam se mudando para tomar café. FIRMINO já chegou ao apartamento arrumado para ir ao trabalho no TCU. Perguntada se havia constatado algo de anormal com FIRMINO, a depoente afirmou que, desde fevereiro deste ano, notou que a vítima estava muito triste, muito calada, olhando perdido para o tempo. Quando perguntava para o ex-prefeito o que ele tinha, ele apenas dizia que estava triste, momento em que a depoente tentava animá-lo. Acerca do motivo da tristeza, FIRMINO não dizia especificamente o motivo, mas a depoente acreditava ser a saída da prefeitura, após muito trabalho durante a pandemia, e a nova rotina de trabalho no TCU, bem como o agravamento da pandemia. Ainda, a depoente afirmou que não havia qualquer problema no casamento. Por fim, a viúva afirmou que tem certeza que a vítima cometeu suicídio, não havendo necessidade de analisar dados do celular e expor conteúdos de conversas privadas entre ela e seu ex-marido, e que não acredita que alguém tenha induzido, instigado ou auxiliado o prefeito a cometer suicídio”.

Importante depoimento foi revelado pela ex-chefe de Firmino Filho, que reside em Brasília-DF, Ana Lúcia Epaminondas. Ela conta que Firmino teria relatado dificuldade de retorno ao trabalho e confessou que estaria em depressão, que estava usando medicamentos que atrapalhavam sua memória.

“Em determinado momento da conversa, a vítima diz que retornou ao trabalho por indicação médica para ocupar a mente com outras atividades, mas que não estava conseguindo acompanhar e iria solicitar uma licença médica pois estava muito mal e enfatizou outras vezes que 'estava mal'. O suicídio ocorreu três dias após a conversa”, diz trecho do depoimento.

O copeiro do Tribunal de Contas da União (TCU) contou que foi uma das últimas pessoas a ter contato com Firmino. “O depoente não notou nada de diferente na vítima, pois não estava chorando, estava normal, sem qualquer alteração de humor. Nesse momento, o copeiro afirmou que não havia mais ninguém na salinha de reunião nem na varanda neste momento, que FIRMINO FILHO estava sozinho, o tempo todo olhando o celular. O funcionário afirmou que não achou estranho a vítima estar ali, pois muitos servidores vão à varanda, tirar fotos, e que jamais imaginou que o ex-prefeito iria se jogar”, descreveu o copeiro.


Veja o depoimento na íntegra:
“Por volta das 15h10, o depoente afirmou que foi até a salinha de reunião realizar a limpeza, tendo visto Firmino Filho em pé na varandinha da salinha de reunião. O ex-prefeito estava mexendo no celular, como se estivesse lendo algo. O depoente, ao ver a vítima, perguntou "posso entrar? Vou só limpar aqui, é rapidinho", tendo o ex-prefeito sorrido e dito "pode entrar". O depoente então limpou a mesa da salinha de reunião em pouco tempo, aproximadamente dois minutos. O depoente ainda indagou ao ex-prefeito, "olhando para o tempo?", e FIRMINO respondeu "só tomando um vento". O depoente não notou nada de diferente na vítima, pois não estava chorando, estava normal, sem qualquer alteração de humor. Nesse momento, o copeiro afirmou que não havia mais ninguém na salinha de reunião nem na varanda neste momento, que FIRMINO FILHO estava sozinho, o tempo todo olhando o celular. O funcionário afirmou que não achou estranho a vítima estar ali, pois muitos servidores vão à varanda, tirar fotos, e que jamais imaginou que o ex-prefeito iria se jogar. Até que, por volta das 15h40, estava no banheiro, quando escutou um grito de outra colega, tendo saído e perguntado "o que foi? o que foi"?", e ela  havia respondido, desesperada, "o Dr. FIRMINO caiu!".

O CASO
O ex-prefeito Firmino Filho foi encontrado morto na tarde do dia 6 de abril deste ano, em frente ao edifício Manhattan onde que também funciona o Tribunal de Contas da União (TCU), local onde ele era funcionário concursado, no cargo de auditor fiscal, e voltou quando deixou o comando da prefeitura no início de 2020.

Fonte: meionorte.com

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