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Empresa que distribui ingressos da Fifa é investigada no Rio de Janeir

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Sexta - 04/07/2014 às 16:07



Foto: Reprodução Joseph Blatter
Joseph Blatter
A única empresa autorizada pela Fifa para distribuir ingressos da Copa do Mundo, a Match, também vai ser investigada pelo desvio ilegal de entradas, afirmou o delegado titular da 18ª DP (Praça da Bandeira), no Rio, Fábio Barucke. Onze pessoas já foram presas – 9 no Rio e 2 em São Paulo, pelo crime de cambismo e formação de quadrilha. Outras sete pessoas ainda estão sendo investigadas, entre eles um integrante da Fifa que estaria no Rio.

“Primeiramente nós detectamos diversas fontes de ingressos que chegaram nas mãos dos cambistas. Essas fontes de ingressos são facilitadas pela forma de distribuição. Grande parte destes ingressos são direcionados para empresas, patrocinadoras do evento, ONGs, a jogadores de futebol e a outra fonte que surgiu no nosso inquérito é o argelino, que conseguia os ingressos mais valiosos, o Hospitality. Esses ingressos são mais desejados e que ele conseguia angariar maiores fundos.

Esses ingressos são objetos de investigação e é daí que surge o indícios da participação de algum membro da Fifa. Esta empresa está sendo investigada, a empresa Match, que é responsável pela distribuição destes ingressos, os ingressos Hospitality, e vamos analisar”, afirmou Barucke.

Delação premiada

De acordo com o delegado, o advogado José Massih, um dos presos na operação policial, revelou, em depoimento, que um integrante da Fifa, que participaria do equema fraudulento, estaria no Rio de Janeiro, hospedado no Hotel Copacabana Palace, na Zona Sul, e deixaria o país logo após o fim do Mundial. O nome do suspeito, no entanto, não foi divulgado pela polícia.

“O depoimento do advogado preso [José Massih] já mostrou a intenção de colaborar. Ele está querendo indicar a pessoa, trocando a informação pela liberdade dele. A delação premiada está prevista em lei. Sozinho, eu não posso dar a liberdade dele, mas o depoimento está sendo encaminhado para o Justiça para ser avaliado. Ele declarou o primeiro nome, mas, neste primeiro momento, está sob sigilo”, explicou Barucke.

Preços variavam

De acordo com a polícia, os preços variavam de acordo com o desempenho das seleções. Se o Brasil fosse classificado para a final, o valor do bilhete poderia chegar a R$ 35 mil.

“Eles negociavam em todos os jogos e os preços oscilavam com o jogo. Era como se fosse uma aposta de valores. Eles esperavam a seleção passar para ver o preço que seria cobrado. Se o Brasil fosse para a final seria vendido por R$ 35 mil”, contou Barucke.

No último jogo no Maracanã, entre Colômbia e Uruguai, 21 pessoas foram autuadas pelo crime de cambismo, segundo o coordenador estratégico da Polícia Civil na Copa do Mundo, o delegado Tarcisio Jansen.

“Todos os órgãos estão trabalhando na repressão deste crime [cambismo]. No último jogo do Maracanã, foram 21 autuações no crime de cambismo. Este é crime muito recorrente no entorno do estádio. Tivemos autuações importantes também da Guarda Municipal na repressão de flanelinhas”, disse.

Esquema funcionava há 4 Copas do Mundo

A investigação tem 50 mil registros de ligações, mas, até esta quinta-feira, apenas a metade foi analisada. “Trabalhamos dia e noite em razão do pouco espaço de tempo, pois precisávamos deflagrar a operação antes do fim da Copa. Precisamos analisar todas as escutas”, frisou o titular da 18ª DP, Fábio Barucke.

Segundo Barucke, nas escutas, envolvidos comentavam entre si sobre a forte repressão ao cambismo no Brasil. “Eles disseram que nas outras Copas do Mundo era muito fácil, mas citavam a dificuldade de praticar o cambismo em torno do estádio do Maracanã, por exemplo”.

As 11 pessoaspresas vão responder por cambismo e formação de quadrilha. São eles: o argelino Mohamadou Lamine Fofana, o PM reformado Oséas do Nascimento, além de Alexandre Marmo Vieira, Antônio Henrique de Paula Jorge, Marcelo Pavão da Costa Carvalho, Sérgio Antônio de Lima, Ernane Alves da Rocha Júnior, Júlio Soares da Costa filho e Fernanda Carrione Paulucci, Alexandre da Silva Borges e o advogado José Massih.

Fonte: globo.com

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