Saúde

CRISE NA SAÚDE

Coren-PI interdita Maternidade Wall Ferraz, no bairro Dirceu

Em menos de 15 dias, esta é a segunda unidade de saúde de Teresina que é interditada

Da Redação

Segunda - 12/12/2022 às 08:49



Foto: Arquivo/FMS Maternidade Wall Ferraz
Maternidade Wall Ferraz

O Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (COREN-PI) interditou parcialmente dois setores da Maternidade Wall Ferraz, situada no bairro Dirceu, na zona Sudeste de Teresina. O informativo sobre a interdição foi fixado no portão da unidade de saúde na manhã desta segunda-feira (12).

Segundo o Coren, a interdição se deu porque a maternidade não está cumprindo a Lei do Exercício Profissional  devido à falta de profissionais da enfermagem no local.

O presidente do Coren-PI, enfermeiro Antônio Neto, explicou que a lei exige que técnicos e auxiliares de enfermagem devem trabalhar sob supervisão de um enfermeiro e a norma estaria sendo descumprida na Maternidade Wall Ferraz desde 2020.

A interdição ocorreu no Centro Cirúrgico e na Central de Material de Esterilização da maternidade e é por tempo indeterminado até que o problema seja resolvido. 

O Coren informou que já havia procurado a Fundação Municipal de Saúde (FMS) e a própria direção da maternidade, mas o problema não foi resolvido e por isso foi necessário a interdição.

Fiscalização do Coren e Ministério Público na Maternidade Wall Ferraz

O Coren e o Ministério Público do Piauí (MPPI) estiveram na Maternidade Wall Ferraz na semana passada para realizar uma inspeção no local. Os representantes dos órgãos de fiscalização conversaram com as diretoras geral e técnica da unidade sobre a escala de profissionais médicos, fisioterapeutas e enfermeiros. Em seguida, informaram sobre a existência de denúncias relacionadas ao assunto e cobraram explicações à direção da maternidade.

“Encontramos uma farmácia bem abastecida, organizada, não temos nenhuma queixa nesse sentido. O principal problema da maternidade é a questão de recursos humanos. Verificamos a falta de profissional enfermeiro nos setores centro cirúrgico e central de material, e também problemas com a escala médica, com ausências de obstetras e neonatologistas em alguns dias da semana”, disse a conselheira Deusa Helena. 

A gestão da Wall Ferraz informou que depende da liberação da Fundação Municipal de Saúde (FMS) para contratar novos profissionais e que tem solicitado à pasta a complementação no quadro de pessoal.

SEGUNDA INTERDIÇÃO EM MENOS DE 15 DIAS

Esta é a segunda interdição de uma unidade de saúde gerida pela Prefeitura de Teresina que sofre interdição. No dia 1º de novembro, o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) determinou a interdição ética parcial no Hospital Geral e Maternidade do Buenos Aires, na zona Norte de Teresina. A interdição é por tempo indeterminado e será suspensa quando a unidade de saúde corrigir as irregularidades encontradas pelo CRM.

Várias irregularidades foram encontradas no Hospital do Buenos Aires, como:

  • usência frequente de soro fisiológico levando a transferências de pacientes;
  • falta de administração de medicações que dependem da solução;
  • tratamento inadequado de pacientes;
  • falta de tubos orotraqueais em estoque no tamanho 7.5 e 8.0;
  • ausência de algumas medicações analgésicas e antibióticos;
  • escala de neonatologia incompleta, comprometendo a segurança dos recém-nascidos;
  • aparelhos de fototerapia antigos e com baixa eficiência;
  • falta de luvas de procedimento em tamanho pequeno e médio e entre outras.

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