Foto: Arquivo/FMS
Maternidade Wall Ferraz
O Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (COREN-PI) interditou parcialmente dois setores da Maternidade Wall Ferraz, situada no bairro Dirceu, na zona Sudeste de Teresina. O informativo sobre a interdição foi fixado no portão da unidade de saúde na manhã desta segunda-feira (12).
Segundo o Coren, a interdição se deu porque a maternidade não está cumprindo a Lei do Exercício Profissional devido à falta de profissionais da enfermagem no local.
O presidente do Coren-PI, enfermeiro Antônio Neto, explicou que a lei exige que técnicos e auxiliares de enfermagem devem trabalhar sob supervisão de um enfermeiro e a norma estaria sendo descumprida na Maternidade Wall Ferraz desde 2020.
A interdição ocorreu no Centro Cirúrgico e na Central de Material de Esterilização da maternidade e é por tempo indeterminado até que o problema seja resolvido.
O Coren informou que já havia procurado a Fundação Municipal de Saúde (FMS) e a própria direção da maternidade, mas o problema não foi resolvido e por isso foi necessário a interdição.
Fiscalização do Coren e Ministério Público na Maternidade Wall Ferraz
O Coren e o Ministério Público do Piauí (MPPI) estiveram na Maternidade Wall Ferraz na semana passada para realizar uma inspeção no local. Os representantes dos órgãos de fiscalização conversaram com as diretoras geral e técnica da unidade sobre a escala de profissionais médicos, fisioterapeutas e enfermeiros. Em seguida, informaram sobre a existência de denúncias relacionadas ao assunto e cobraram explicações à direção da maternidade.
“Encontramos uma farmácia bem abastecida, organizada, não temos nenhuma queixa nesse sentido. O principal problema da maternidade é a questão de recursos humanos. Verificamos a falta de profissional enfermeiro nos setores centro cirúrgico e central de material, e também problemas com a escala médica, com ausências de obstetras e neonatologistas em alguns dias da semana”, disse a conselheira Deusa Helena.
A gestão da Wall Ferraz informou que depende da liberação da Fundação Municipal de Saúde (FMS) para contratar novos profissionais e que tem solicitado à pasta a complementação no quadro de pessoal.
SEGUNDA INTERDIÇÃO EM MENOS DE 15 DIAS
Esta é a segunda interdição de uma unidade de saúde gerida pela Prefeitura de Teresina que sofre interdição. No dia 1º de novembro, o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) determinou a interdição ética parcial no Hospital Geral e Maternidade do Buenos Aires, na zona Norte de Teresina. A interdição é por tempo indeterminado e será suspensa quando a unidade de saúde corrigir as irregularidades encontradas pelo CRM.
Várias irregularidades foram encontradas no Hospital do Buenos Aires, como:
- usência frequente de soro fisiológico levando a transferências de pacientes;
- falta de administração de medicações que dependem da solução;
- tratamento inadequado de pacientes;
- falta de tubos orotraqueais em estoque no tamanho 7.5 e 8.0;
- ausência de algumas medicações analgésicas e antibióticos;
- escala de neonatologia incompleta, comprometendo a segurança dos recém-nascidos;
- aparelhos de fototerapia antigos e com baixa eficiência;
- falta de luvas de procedimento em tamanho pequeno e médio e entre outras.
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