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Mateus Pereira/SECOM/Fotos Púiblicas
O uso de testes para diagnóstico do vírus Linfotrópico de Células T Humanas (HTLV) foi expandido pelo Ministério da Saúde na rede pública. Agora, a tecnologia também será aplicada em gestantes durante o pré-natal.
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) recomendou a inclusão do teste para gestantes. O objetivo é diminuir a transmissão vertical (de mãe para filho) do vírus durante a amamentação.
A comissão avaliou que o procedimento, realizado por meio de exame de sangue, é eficaz e seguro. A implementação no Sistema Único de Saúde (SUS) usaria recursos já existentes, pois os testes já são feitos fora do programa de triagem pré-natal.
O ministério anunciou que as áreas técnicas terão um prazo máximo de 180 dias para disponibilizar a oferta na rede pública.
Desde fevereiro, as infecções por HTLV em gestantes, parturientes, puérperas e crianças expostas ao risco de transmissão vertical se tornaram de notificação compulsória no Brasil. Isso implica que profissionais de saúde de serviços públicos e privados devem obrigatoriamente reportar os casos ao ministério.
Na ocasião, o ministério informou que a inclusão do HTLV na lista nacional de notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública permite estimar o número de pessoas com o vírus e a quantidade de insumos necessários, além de qualificar a rede de atenção para atendimento dessa população.
O HTLV, que pertence à mesma família do HIV, foi descoberto na década de 1980. O vírus infecta principalmente as células do sistema imunológico e tem a capacidade de fazer com que percam sua função de defesa do organismo.
A infecção está associada a doenças inflamatórias crônicas como leucemia, linfoma de células T do adulto (ATLL) e mielopatia associada ao HTLV-1 (HAM). Outras manifestações como a dermatite infecciosa, uveíte, síndrome de sicca, ceratite intersticial, síndrome de Sjögren, tireoidite de Hashimoto, miosite e artrite, embora de menor gravidade, também são associadas ao vírus.
O tratamento é direcionado de acordo com a doença relacionada ao HTLV. O paciente deve ser acompanhado nos serviços de saúde e, quando necessário, receber seguimento em serviços especializados para diagnóstico e tratamento precoce de doenças associadas ao vírus.
A estimativa do governo federal é que mais de 800 mil pessoas estejam infectadas pelo HTLV no Brasil. O vírus pode ser transmitido durante relações sexuais sem o uso de preservativo e pelo compartilhamento de seringas e agulhas.
O HTLV também pode ser transmitido verticalmente, de mãe para filho, principalmente via amamentação e, mais raramente, durante a gestação e no momento do parto.
O ministério tem como meta eliminar a transmissão vertical do HTLV até 2030, objetivo alinhado às diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Fonte: Agência Brasil
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