
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o senador Marcos do Val (Podemos‑ES) passe a usar tornozeleira eletrônica e tenha o passaporte apreendido. A decisão foi tomada porque o parlamentar viajou aos Estados Unidos mesmo após ter o pedido negado pela Justiça.
O senador Marcos do Val (Podemos‑ES), ex-policial e conhecido por seu histórico como instrutor de técnicas táticas nos Estados Unidos, passará a ser monitorado por tornozeleira eletrônica por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi tomada após o parlamentar descumprir determinações judiciais e embarcar para os Estados Unidos usando passaporte diplomático, mesmo após ter o pedido de viagem negado pelo Supremo.
Ocorrido
Do Val desembarcou na manhã desta segunda-feira (4) no Aeroporto Internacional de Brasília, vindo da Flórida, e foi abordado por agentes da Polícia Federal, que cumpriram a ordem de Moraes. Ele foi levado diretamente ao Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), da Secretaria de Administração Penitenciária do DF, onde teve a tornozeleira instalada.
Além do monitoramento eletrônico, Moraes determinou a apreensão do passaporte diplomático do senador e bloqueou suas contas bancárias, salário, verba de gabinete, investimentos e até as chaves Pix. A decisão também afeta contas em nome da filha do parlamentar. Para o bloqueio das verbas do Senado, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil‑AP), precisa cumprir a decisão do Supremo.
O ministro também proibiu Marcos do Val de sair de casa à noite, nos fins de semana, feriados e durante folgas. O uso de redes sociais está suspenso, e ele poderá ser preso caso descumpra qualquer uma dessas medidas. Moraes justificou que a conduta do parlamentar representou “afronta direta” ao Poder Judiciário.
Motivo das investigações
Marcos do Val é investigado por obstrução de Justiça, por tentar atrapalhar investigações da Polícia Federal e por divulgar vídeos com ataques a delegados da corporação que atuam em inquéritos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. Ele também é suspeito de participar de um plano para anular o resultado das eleições de 2022.
No ano passado, a PF já havia tentado apreender os passaportes de Do Val, mas não localizou o documento diplomático, que foi justamente o utilizado para a recente viagem. No mês passado, o senador publicou vídeos gravados nos EUA, o que chamou atenção das autoridades e levou Moraes a reforçar o bloqueio de seus bens.
Em nota, a defesa do senador afirmou que ele “repudia a narrativa de que teria havido descumprimento de medida cautelar” e alegou que “em nenhum momento esteve proibido de se ausentar do país”. Afirmou ainda que seu passaporte está válido até 2027 e que o visto americano tem validade até 2035.
Fonte: Brasil 247