A presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), criticou duramente a privatização da Eletrobras, destacando os impactos que essa medida trouxe para o setor elétrico e para o governo federal em momentos de crise. Em declaração após mais um apagão que atingiu a cidade de São Paulo, a parlamentar ressaltou a falta de controle público sobre a empresa, agora privatizada, e a dificuldade de intervenção do governo na atuação da Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia no estado.
"O novo apagão da cidade de São Paulo expõe mais uma grave consequência da privatização da energia: o governo não controla mais a Eletrobras, que poderia atuar nesta calamidade. E que poderia também assumir a concessão da Enel e outras que prejudicam a população. Serviço público essencial não pode ficar à mercê do lucro privado", afirmou Gleisi.
A declaração da deputada acontece em meio a um cenário de crescente insatisfação da população paulista com os recorrentes problemas no fornecimento de energia elétrica. Nos últimos meses, a Enel Distribuição São Paulo tem enfrentado uma série de críticas e sanções, incluindo multas aplicadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), devido a apagões e falhas que prejudicaram milhares de consumidores. O Tribunal de Contas da União (TCU) também tem monitorado de perto a situação.
A crítica de Gleisi Hoffmann se alinha ao debate sobre o papel do Estado em setores estratégicos. Para a deputada, a privatização de serviços essenciais, como o de energia, enfraquece a capacidade do governo de proteger os interesses da população em crises, priorizando os lucros das empresas privadas em detrimento da qualidade e segurança dos serviços prestados.
Além disso, ela reforçou que a Eletrobras, se ainda estivesse sob controle estatal, poderia ser uma ferramenta fundamental para que o governo federal enfrentasse não só a crise em São Paulo, mas outras regiões do país que sofrem com a má gestão de empresas concessionárias privadas. Com a privatização da Eletrobras, realizada no governo Jair Bolsonaro (PL), o controle acionário da empresa passou para o setor privado, limitando a capacidade de intervenção do governo em grandes questões relacionadas à infraestrutura elétrica do país.
Fonte: Brasil 247