Polícia

ENVENENAMENTO

"Estava cega de amor", diz Maria dos Aflitos, matriarca de família envenenada

Maria dos Aflitos assassinou sua amante, Maria Jocilene, acreditando que isso ajudaria a libertar Francisco de Assis

Dhara Leandro

Segunda - 03/02/2025 às 09:56



Foto: Reprodução/PCPI Maria dos Aflitos confessou ter envenenado Maria Jocilene da Silva, de 41 anos, com quem mantinha um relacionamento amoroso extraconjugal
Maria dos Aflitos confessou ter envenenado Maria Jocilene da Silva, de 41 anos, com quem mantinha um relacionamento amoroso extraconjugal

"O que houve é que eu estava cega de amor pelo Assis. Eu não estava acreditando [que ele havia assassinado meus filhos e netos]. E para ter ele de volta, poderia acontecer o mesmo caso, que foi o caso da Joci", disse Maria dos Aflitos, matriarca da família envenenada em Parnaíba, em seu depoimento. Nesse domingo, dia 2 de fevereiro, a Polícia Civil do Piauí detalhou as investigações que apontaram Maria dos Aflitos e seu esposo, Francisco de Assis Pereira da Costa, como os principais responsáveis pelo caso de envenenamento em Parnaíba.

A mulher confessou ter envenenado Maria Jocilene da Silva, de 41 anos, no dia 22 de janeiro, acreditando que isso ajudaria a libertar Francisco de Assis, assim como aconteceu com Lucélia Maria da Conceição, a vizinha que ficou presa por quase 5 meses, suspeita de ter assassinado os irmãos João Miguel Silva, de 7 anos, e Ulisses Gabriel Silva, de 8 anos, com cajus supostamente envenenados.

Lucélia foi solta dias depois de mais um envenenamento na família, após uma perícia mostrar que as frutas que ela deu às crianças não continham veneno.

Maria Jocilene da Silva, de 41 anos

No depoimento divulgado pela Polícia Civil, Maria dos Aflitos apontou Francisco de Assis como o autor do envenenamento dos dois irmãos. "Realmente ele queria só nós dois em casa. Eu estava tão cega que não via o que ele fazia com meus meninos. Via e fazia que não via, de tão cega de amor por ele", disse.

Ela disse que não teve participação no caso, mas que desconfiou de Francisco porque ele "ficava muito agoniado". "Ele disse que se fosse só dois meninos era bom demais. Só dois meninos e nós dois", explicou.

Sobre a morte de Jocilene, Maria dos Aflitos disse que encontrou o veneno na cozinha de casa, atrás do fogão, e colocou todo o conteúdo no café que ela mesma serviu à vítima, pois havia pouca quantidade. Em seguida, ela descartou a embalagem no lixo, que foi recolhido pela coleta de lixo antes da chegada da perícia. Jocilene, sem perceber, bebeu o café em uma taça e depois usou o mesmo recipiente para tomar água. Cerca de 30 minutos após ingerir o veneno começou a passar mal, ainda na residência. Maria Jocilene morreu no dia 22 de janeiro.

Na tentativa de confundir as autoridades e encobrir mais um envenenamento em sua casa, Maria dos Aflitos teria dito à polícia que Maria Jocilene sofreu um infarto e que ela já teria passado por um episódio similar anos atrás, em Brasília.

A perícia recolheu uma taça de vidro que Jocilene usou e encontrou traço de terbufós. Maria afirmou aos policiais que, enquanto os demais usaram copos plásticos, a vizinha preferia uma taça de vidro — a única lavada antes da chegada da polícia.

A morte de Jocilene fortaleceu as suspeitas contra Maria dos Aflitos, que foi presa dias depois. As investigações também apontaram que as duas mulheres mantinham um relacionamento amoroso extraconjugal, que teria iniciado antes mesmo da chegada de Francisco de Assis à família.

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia:

<