Brasil, Colômbia e México divulgaram um comunicado conjunto na noite dessa quinta-feira (1º), pedindo que a Venezuela divulgue os dados das eleições presidenciais do país. A nota pede que a soberania popular seja respeita com uma apuração imparcial dos resultados.
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador, conversaram por telefone na tarde dessa quinta e decidiram publicar o documento. Os três países têm adotado uma posição cautelosa sobre a crise na Venezuela, com o Brasil pedindo que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) divulgue as atas eleitorais, coisa que o órgão ainda não fez, mesmo após 4 dias da divulgação do resultado.
Diversos atos violentos estouraram no país, após o CNE proclamar a reeleição de Nicolás Maduro para um terceiro mandato de seis anos. A oposição diz que a eleição foi fraudada e que o candidato Edmundo González é o verdadeiro presidente eleito. Governos de outros países, como Argentina e Chile, não reconheceram o resultado e apontaram irregularidades no pleito.
"Fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos. Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento", diz a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Confira a nota na íntegra:
Os governos do Brasil, Colômbia e México felicitamos e expressamos nossa solidariedade com o povo venezuelano, que compareceu massivamente às urnas em 28 de julho para definir seu próprio futuro.
Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação.
As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados.
Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos.
Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento.
Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela. Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano.
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