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SAÚDE MENTAL

Burnout é agora uma doença ocupacional reconhecida no Brasil; veja como se prevenir

Com aumento de casos, Brasil vê 421 afastamentos por burnout em 2023 e adota novas classificações para o transtorno

Da redação

Sexta - 31/01/2025 às 09:01



Foto: Reprodução Burnout é agora oficialmente reconhecido como doença ocupacional no Brasil
Burnout é agora oficialmente reconhecido como doença ocupacional no Brasil

A Síndrome de Burnout, caracterizada por exaustão extrema e estresse crônico relacionado ao trabalho, está em ascensão no Brasil, que ocupa o segundo lugar no ranking mundial de casos, atrás apenas do Japão. Dados da International Stress Management Association (ISMA-BR) apontam que 72% dos brasileiros enfrentam estresse no ambiente profissional.

A partir deste ano, o transtorno foi oficialmente reconhecido como uma doença ocupacional pela Classificação Internacional de Doenças (CID-11), o que facilita diagnósticos e tratamentos mais precisos. Até então, a síndrome era tratada de forma genérica, dificultando a abordagem efetiva da condição.

“É preciso se atentar aos sinais. Os principais são cansaço excessivo, baixo desempenho, alteração do apetite, insônia e isolamento social, assim como sinais físicos como dores musculares e pressão alta”, afirma a psicóloga Renata Correia.

Ela explica que sobrecarga de tarefas, um ambiente extremamente competitivo, a falta de suporte emocional, assim como desequilíbrio entre a vida pessoal e profissional, são apenas alguns dos fatores que podem desencadear a doença. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) divulgou que, em 2023, 421 pessoas foram afastadas do trabalho por burnout, o maior número dos últimos dez anos no país.

“É importante saber diferenciar o transtorno de outros com sintomas parecidos, como ansiedade e depressão. O burnout está relacionado à sobrecarga no trabalho e desequilíbrio entre a vida profissional e pessoal, já a ansiedade e a depressão podem ter diferentes motivações e são tratadas com terapia, exercício físico e cuidados medicamentosos. O burnout, no entanto, além dessas estratégias de cuidado exige a mudança do ambiente de trabalho e equilíbrio”, aponta Renata.

Se a incerteza desse início de ano é sobre a necessidade de uma mudança de emprego, a especialista sugere que existem indícios que podem esclarecer essa questão. "A gente sabe que chegou a hora de buscar novas oportunidades quando estamos desmotivados com as tarefas atuais, estagnados na carreira, estressados e com um sentimento persistente de frustração", explica.

Terapia como melhor amiga

O papel do psicólogo para enfrentar o burnout é de suma importância, pois o profissional pode ajudar na identificação da síndrome, orientar a desenvolver formas de enfrentamento e auxiliar em como lidar com os sentimentos.

Caso seja necessário tratamento mais especializado, o paciente pode ser encaminhado para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS Adulto, para indivíduos maiores de 18 anos). Em situações de crises extremas, o atendimento segue pela Rede de Urgência e Emergência, com as Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) ou Pronto Socorros de Psiquiatria.

Crises agudas são caracterizadas por sintomas intensos, alto grau de sofrimento e potencial risco à vida do indivíduo. Pensamentos persistentes de morte com planejamento, crises de ansiedade com alterações cardíacas e respiratórias significativas, ou prostração severa com alterações importantes na alimentação, sono e higiene são alguns exemplos dessas situações.

Outros aliados tão importantes quanto o auxílio psicológico

Além da terapia, outras estratégias podem auxiliar no bem-estar de pessoas com burnout. A prática de atividades físicas para a liberação de endorfinas, a escrita sobre sentimentos para ressignificar e compreender melhor os eventos vividos, a higiene do sono para reduzir o estresse e melhorar a cognição, assim como uma rede de apoio e a realização de atividades prazerosas, são medidas eficazes.

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