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JUSTIÇA

Braga Netto jogava vôlei durante atos do 8 de janeiro, diz testemunha

Aires foi ouvido nesta sexta-feira em videoconferência pelo STF

Da Redação

Sexta - 23/05/2025 às 11:50



Foto: Beto Barata / PR Ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, general Walter Braga Netto
Ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, general Walter Braga Netto

O ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, general Walter Braga Netto, estava jogando vôlei na areia de Copacabana, no Rio de Janeiro, enquanto manifestantes avançavam pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no 8 de janeiro de 2023, data em que as sedes dos Três Poderes foram depredadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O relato foi feito pelo coronel do Exército Waldo Manuel de Oliveira Aires, única testemunha de defesa indicada pela defesa de Braga Netto, que compartilhou sua proximidade com o general.

Aires foi ouvido nesta sexta-feira (23) em audiência por videoconferência, na ação penal sobre a trama golpista que teria sido arquitetada durante o governo de Bolsonaro e culminado nos eventos de 8 de janeiro.

Relato de surpresa

“No 8 de janeiro, estávamos na rede jogando vôlei”, contou Aires. Segundo ele, Braga Netto ficou surpreso ao saber, após a partida na praia, que os atos golpistas em Brasília haviam se tornado violentos.

“Creio que para todo mundo foi uma surpresa, porque não esperávamos que ocorresse. A manifestação talvez até fosse normal, mas os atos que depois aconteceram, a depreciação de patrimônio, isso causou para todo mundo certa surpresa”, disse Aires. E completou: “A reação do general Braga Netto foi também de surpresa. Jamais se esperava que uma manifestação conservadora terminasse como terminou”.

Outras testemunhas e o andamento do julgamento

Na mesma audiência, o delegado Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, testemunha do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e hoje deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem, também foi ouvido. A defesa de Ramagem, no entanto, desistiu de outras três testemunhas, incluindo o ex-diretor da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por julgar o caso, começou na segunda-feira (19) a ouvir dezenas de testemunhas arroladas pela acusação e pelas defesas na primeira ação penal sobre o golpe de 8 de janeiro. Esta ação foi aberta após o STF aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), na parte referente ao núcleo central da trama, composto pelos líderes e principais beneficiários do golpe.

Réus da ação

Entre os réus dessa ação penal estão Jair Bolsonaro, apontado pela PGR como líder e principal beneficiário da trama golpista, e outros sete ex-ministros do seu governo, além de assessores próximos.

Após a oitava testemunha de defesa de Ramagem e Braga Netto, os depoimentos devem ser retomados na tarde desta sexta-feira (23), às 14h, com as testemunhas de defesa do réu Augusto Heleno, general reformado do Exército e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e do réu Almir Garnier, ex-comandante da Marinha.

Restrições nas audiências

O relator do caso, Alexandre de Moraes, proibiu qualquer tipo de gravação das audiências. Jornalistas foram autorizados a acompanhar as falas da sala da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal.

Fonte: Agência Brasil

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