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93% dos gestores não possuem preparo para gerir pessoa deficiente

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Terça - 12/08/2014 às 13:08



Profissionais de RH acreditam que 93% dos gestores das empresas necessitam se informar melhor para gerenciar e entrevistar uma pessoa com deficiência (PCD) e que 65% desses gestores possuem grande resistência em entrevistar ou contratar profissionais com esse perfil. Esses dados fazem parte de pesquisa inédita realizada pela Catho e iSocial, com apoio da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos).

Já para 82% dos respondentes, encontrar candidatos qualificados com deficiência é mais difícil em comparação aos que não possuem deficiência. Embora atualmente o Brasil possua mais de 6 milhões de pessoas com perfil para Lei de Cotas, mas as vagas chegam apenas a 800 mil, um déficit de mais de 5 milhões de pessoas (dados: Unicamp, 2010).

Dessa forma, as fontes mais utilizadas na busca por esse perfil de candidato parecem ser o grande problema, já que a maior parte das empresas buscam profissionais por indicações (58%), ONGs e entidades do terceiro setor (55%) e sites de emprego (50%). Enquanto os candidatos buscam vagas por sites de emprego (84%), consultorias (31%) e indicações (30%).

A principal barreira no recrutamento e seleção de PCDs é a falta de acessibilidade na empresa. 49% dos profissionais de RH que responderam a pesquisa afirmaram que a empresa em que trabalham não possui estrutura física necessária para viabilizar a contratação de um profissional com esse perfil.

E quando o assunto é preconceito, o resultado chega a ser desanimador, já que 60% dos entrevistados acreditam que as pessoas com deficiência sofrem preconceitos no ambiente de trabalho, seja por colegas, gestores ou clientes.

“Há pouca informação sobre o mercado para deficientes. Nós, da iSocial fazemos há três anos pesquisas com o candidato. Agora, poderemos cruzar as informações e tentar com estes resultados melhorar o desempenho nas seleções, identificar demandas e até mesmo descobrir caminhos para aperfeiçoar a legislação”, aposta Jaques Haber, um dos sócios da iSocial.

A pesquisa também levantou a percepção sobre a qualidade das oportunidades oferecidas às pessoas com deficiência. Os números comprovam que a qualidade dessas vagas ainda é muito baixa e, na maioria das vezes, a escolha do candidato não se faz por suas competências, mas por sua deficiência. 74% entendem que as vagas são ruins ou regulares, enquanto apenas 3% avaliam como ótimas.

Essa questão fica ainda mais evidente quando 81% dos profissionais de RH respondem que as empresas contratam pessoas com deficiência apenas para cumprir a Lei de Cotas.

“Fala-se muito da lei de cotas, mas pouco do impacto para a pessoa com deficiência e para os responsáveis por selecionar estas pessoas nas empresas. Desta forma, esperamos que esses resultados possam nortear candidatos e recrutadores”, observa o head de Pesquisa e Estratégia da Catho, Luís Testa.

Em 1991 foi criada a Lei de Cotas (nº 8.213) que estabeleceu um percentual mínimo de trabalhadores com deficiência nas empresas com 100 ou mais funcionários. Desde então empresas vêm tentando se adequar à lei. Porém, o cenário real desse processo de inclusão ainda não havia sido revelado.

Então, em maio de 2014 a Catho, em parceria com a iSocial, consultoria especializada em recolocação de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, lança a primeira versão da pesquisa “Profissionais de recursos humanos – expectativas e percepções sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho”.

A pesquisa foi feita com 2.949 profissionais de RH, em sua maioria mulheres, sendo que apenas 35% dos entrevistados possuem bom conhecimento sobre a Lei de Cotas, embora 45% possuam pós-graduação completa ou cursando. Quase metade dos profissionais de RH já entrevistaram pessoas com deficiência, o que mostra que boa parte dos respondentes já passou por essa experiência em algum momento.

No mercado desde 1996, a Catho tem expertise em pesquisas com candidatos e profissionais de Recursos Humanos. Há hoje no portfólio da companhia três pesquisas periódicas que retratam o mercado brasileiro: Pesquisa dos Profissionais (que traça um panorama anual do recrutamento, carreira e seus desdobramentos), Pesquisa Salarial (que trimestralmente aponta os cargos melhor remunerados do país) e Indicadores Catho-Fipe (que antecipam a taxa de desemprego). Há ainda o Guia de Profissões e Salários, que traz gratuitamente com atualização mensal, dados de profissões e salários diretamente no site da Catho.

Fonte: Assessoria

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