
Segundo o Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo IBGE, entre os brasileiros com mais de 25 anos, 18,4% completaram o ensino superior. Esse número mostra um avanço em relação aos censos anteriores. Em 2000, apenas 6,8% da população adulta (com 25 anos ou mais) possuía diploma de graduação, e em 2010 esse número subiu para 11,3%. Apesar disso, ainda há uma grande quantidade de brasileiros sem ensino superior, com quatro em cada cinco adultos sem curso de graduação.
O pesquisador Bruno Perez do IBGE explica que muitos desses adultos sem formação superior são de faixas etárias mais velhas, para as quais o acesso à educação foi mais limitado em sua juventude. Esse fator contribui para o número de pessoas sem diploma na faixa etária de 25 anos ou mais.
O Censo de 2022 também aponta que 32,3% dos adultos possuem ensino médio completo ou estão no nível de ensino superior incompleto, superando os 16,3% de 2000. Já 14% têm o ensino fundamental completo ou o médio incompleto, o que é superior aos 12,8% registrados em 2000. O percentual de pessoas sem instrução ou com o fundamental incompleto caiu de 63,2% em 2000 para 35,2% em 2022.
Quando se analisa os dados por cor e raça, observa-se que os brancos ainda têm mais acesso ao ensino superior do que pretos e pardos. Os números de formados com ensino superior completo são os seguintes:
- 25,8% dos brancos
- 11,7% dos pretos
- 12,3% dos pardos
No entanto, o acesso dos negros ao ensino superior aumentou mais rapidamente do que o dos brancos nas últimas duas décadas. O número de brancos com diploma de graduação cresceu 2,6 vezes desde 2000 (quando era 9,9%), enquanto os percentuais de negros (pretos e pardos) cresceram cerca de 5 vezes. Em 2000, 2,1% dos pretos e 2,4% dos pardos tinham ensino superior completo.
O Censo 2022 também revelou que 56,4% dos jovens de 18 a 24 anos estavam matriculados em algum curso superior no momento da pesquisa.
A média de anos de estudo dos brasileiros com 11 anos ou mais de idade foi de 9,5 anos em 2022. A população amarela teve o melhor desempenho, com 12 anos de estudo, enquanto brancos tinham uma média de 10,3 anos, pretos e pardos tinham 8,9 anos, e os indígenas apresentaram uma média de 7,5 anos.
Em relação às universidades, a UnB foi pioneira ao adotar o sistema de cotas raciais em 2004. O número de negros com diploma superior cresceu quase quatro vezes desde 2000.
A maioria dos brasileiros com diploma de ensino superior em 2022 se formaram em áreas como negócios, administração e direito (8,5 milhões), saúde e bem-estar (4,1 milhões), e educação (3,6 milhões). Os cursos mais comuns foram gestão e administração (4,1 milhões), formação de professores (3,1 milhões) e direito (2,5 milhões).
Em relação à raça e cor, há grandes diferenças em alguns cursos. Por exemplo, em medicina (75,5%), economia (75,2%) e odontologia (74,4%), a maioria dos formados são brancos. Já os negros (pretos e pardos) representavam 21,9% dos formados em medicina, 22,3% em economia e 22,7% em odontologia.
Nos cursos com uma distribuição mais equilibrada entre brancos e negros, estão serviço social (47,2% brancos e 52% negros), religião e teologia (48,2% brancos e 50,8% negros), e formação de professores (52,8% brancos e 46,4% negros).
Quanto ao sexo, a área de engenharia mecânica e metalurgia tem a maior proporção de homens entre os formados (92,6%), enquanto mulheres predominam nos cursos de formação de professores (92,8%) e serviço social (93%).
Em algumas áreas, tem crescido a participação de mulheres nos últimos anos. Em medicina, 49,9% dos formados eram mulheres, e entre médicos com até 29 anos, 60,2% eram mulheres. O mesmo fenômeno ocorre nos cursos de direito e gestão e administração, com a participação feminina crescendo significativamente.
Fonte: Agência Brasil