
O artista plástico piauiense Francisco de Fátima Galeno Carvalho foi encontrado morto nessa segunda-feira (02), em seu ateliê, que ficava na casa onde ele morava em Parnaíba, no litoral do Piaui. Ele teve sua trajetória em Brasília e recebeu reconhecimento internacional por sua arte vibrante e colorida, expondo seus trabalhos em galerias do mundo inteiro.
Segundo informações preliminares, Francisco Galeno estava com dengue e não teria buscado atendimento médico. No entanto, a real causa da morte ainda é desconhecida.
Sua arte tem influencia da cultura popular nordestina, transitando entre a pintura, escultura e design. Galeno usava diversos materiais como madeira, cerâmica, objetos reciclados, entre outros.
Um de seus últimos trabalhos é o painel instalado no Salão Nobre do Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, intitulado Quatro Estações. Galeno foi um dos artistas mais representativos na capital federal. Além disso ele tem outras obras públicas em Brasília, como os painéis com imagens sacras na Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, na Asa Sul, e os desenhos em pedras portuguesas no calçadão do lago Veredinha, em Brazlândia.
Mural da Igrejinha Nossa Senhora de Fátima / Foto: Autoria desconhecida
Galeno veio de uma família de artesãos. O pai era pescador e fabricava canoas; a mãe era costureira e rendeira; já o avô, vaqueiro, produzia selas e arreios de couro. Ainda jovem, Galeno começou a pintar e a visitar exposições em Brasília, interessado inicialmente por paisagens e figuras humanas.
O artista plástico piauiense estudou artes visuais na Universidade de Brasília (UNB). Influenciado principalmente pelo construtivismo brasileiro e movimento neoconcretista, a geometria é um elemento essencial em seu trabalho.
Galeno já recebeu diversos prêmios por sua arte. Em 2012 ele foi escolhido pelo IPHAN/MinC. para produzir o painel da Igreja Nossa Senhora de Fátima em Brasília, sucedendo o grande pintor ítalo-brasileiro, Alfredo Volpi e também participou da Bienal do Mercosur em 2015. Seus trabalhos estão presentes em coleções públicas e privadas no Brasil e exterior, incluindo no Museu de Arte do Rio de Janeiro (sob a direção de Paulo Herkenhoff), Museu de Arte Moderna do Rio, entre outros.
A morte de Francisco Galeno é uma grande perda para a arte brasileira.