O general Mário Fernandes, um dos 37 indiciados no inquérito do golpe de Estado, comemorou um ato violento de bolsonaristas durante a diplomação do presidente Lula (PT) em 12 de dezembro de 2022, em Brasília. O quebra-quebra envolveu a incendiação de veículos, uma tentativa de invasão da Polícia Federal e iniciou com a prisão do bolsonarista Cacique Tserere Xavante.
Naquele dia, Fernandes enviou mensagens de áudio ao coronel reformado Reginaldo Vieira de Abreu, comemorando o que ele acreditava ser o início de uma radicalização nas manifestações pós-eleições de 2022. "Tu viu que já começaram a radicalizar, né? A prisão do cacique ali já levou. Ó, aqui no início da Asa Norte, na W3 Norte, na sede da Polícia Federal, o pau tá comendo. Os distúrbios urbanos já iniciaram. Agora vai rolar sangue", disse Fernandes.
Em outra conversa com o general da reserva Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL), ele repetiu a expressão "vai rolar sangue" e celebrou os atos de vandalismo. "Vai começar a rolar sangue. E nós sabemos que isso aí já era um prenúncio, já era anunciado. Certo? Vai acontecer, porra, não tem jeito. Quanto mais se retardar uma ação efetiva, mais vão acontecer eventos como esse", disse.
Mário Fernandes é considerado um dos principais idealizadores do golpe de Estado, sendo apontado como autor do plano "Punhal Verde e Amarelo", que previa o assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência entre outubro de 2020 e janeiro de 2023.
Fonte: Brasil247