Com uma garrafa na mão, a educadora ambiental Ríllary Lemos coleta água de córregos no Parque Estadual dos Três Picos, na região serrana do Rio de Janeiro. Durante visitas de estudantes e moradores, ela realiza testes simples, como análise de pH, oxigenação e presença de detergentes, promovendo a conscientização sobre a importância da natureza ao redor.
“Queremos sensibilizar as pessoas a observar os rios, a entender a relação entre a ausência de mata ciliar e problemas como enchentes. A ideia é criar um sentimento de pertencimento para que todos cuidem do meio ambiente”, explica Ríllary.
A educadora faz parte do Projeto Guapiaçu, uma parceria entre a ONG Ação Socioambiental (ASA) e a Petrobras, que combina reflorestamento da Mata Atlântica com ações de educação ambiental. A iniciativa é crucial em Cachoeiras de Macacu, cidade com abundância hídrica e lar da bacia do rio Guapi-Macacu, que abastece cerca de 2 milhões de pessoas no estado do Rio de Janeiro.
Parque dos Três Picos e preservação
O Parque Estadual dos Três Picos, o maior do Rio de Janeiro, abriga dois terços de suas florestas e 60% de suas águas em Cachoeiras de Macacu. Criado em 2002, o parque protege remanescentes da Mata Atlântica, bioma com o maior número de espécies ameaçadas do Brasil. Segundo o Inpe, 71,6% da Mata Atlântica já foi desmatada.
A gestora do parque, Maria Alice Domingos Picoli, destaca a importância das parcerias com as comunidades locais. “Não somos ilhas. Precisamos trabalhar juntos para preservar o que resta.”
Educação ambiental em escolas
A partir de 2025, a educação ambiental será obrigatória em todas as escolas brasileiras, conforme a Lei 14.926, sancionada em 2024. As instituições deverão incluir atividades sobre mudanças climáticas, riscos socioambientais e preservação da natureza nos projetos pedagógicos.
Em Cachoeiras de Macacu, a educação ambiental também ocorre em espaços de lazer, como a Prainha do rio Guapiaçu. O reflorestamento transformou uma antiga área de pasto em um espaço arborizado e agradável para moradores e visitantes.
Angelita Ferraz, de 55 anos, revisitou o local após 26 anos e ficou emocionada com a transformação. “É gratificante ver tudo isso. Não tem palavras para descrever”, relata a moradora, após um mergulho nas águas revitalizadas.
Fonte: Agência Brasil