Blog do Brandão

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BAIXA REPRESENTATIVIDADE

Apenas 13% das cadeiras na Assembleia do Piauí são ocupadas por mulheres

Mesmo com cotas partidárias para mulheres, política ainda é dominada por homens; no Piauí, apenas quatro deputadas exercem mandato

Por Luiz Brandão

Quarta - 18/06/2025 às 08:07



Foto: Fotomontagem Piauí Hoje Ana Paula, Bárbara do Firmino, Elisangela Moura e Gracinha Mão Santa
Ana Paula, Bárbara do Firmino, Elisangela Moura e Gracinha Mão Santa

Apesar das cotas partidárias destinadas a aumentar a participação feminina na política, a representação das mulheres na Assembleia Legislativa do Piauí ainda é muito baixa: das 30 cadeiras, apenas quatro são ocupadas atualmente por deputadas, o que representa pouco mais de 13% do total. As parlamentares em exercício do mandato são Ana Paula (MDB), Gracinha Mão Santa (PP), Bárbara do Firmino (PP) e Elisangela Moura (PCdoB).

Cotas para mulheres

As cotas para mulheres nos partidos políticos foram instituídas no Brasil em 1997, pela Lei nº 9.504, que determinou que, a partir das eleições de 1998, cada agremiação deveria reservar pelo menos 30% das vagas para candidaturas femininas. Em 2018, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reforçou a regra, exigindo que os partidos destinassem ao menos 30% dos recursos do Fundo Eleitoral para campanhas de mulheres.  

No entanto, a aplicação dessas regras ainda é falha. Muitos partidos preenchem as vagas apenas para cumprir a lei, sem investir efetivamente nas campanhas femininas, o que resulta em poucas eleitas.

A baixa representatividade feminina contrasta com a crescente mobilização de mulheres por maior participação política. Movimentos como "Mulheres na Política" e "Mais Mulheres no Poder" pressionam por mudanças estruturais, como financiamento igualitário e combate à violência política de gênero.  

Exemplos de lideranças que lutam por essa causa incluem a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), a ministra do Planejamento Simone Tebet (MDB), a deputada e ministra dos Povo Indígenas  Sônia Guajajara (PSOL) e a primeira dama do país, Janja Lula da Silva, que defendem maior inclusão feminina em cargos eletivos.  

Por que os homens ainda dominam a política? 

A desigualdade persiste por fatores históricos e culturais, como:

  • Machismo estrutural, que associa liderança a figuras masculinas;
  • Falta de investimento em campanhas de mulheres pelos partidos;
  • Violência política, como assédio e descredibilização de candidatas;
  • Sobrecarga de tarefas domésticas, que dificulta a dedicação à carreira política.  

Enquanto as cotas são um passo importante, especialistas afirmam que é preciso fiscalização rigorosa e mudanças culturais para que mais mulheres cheguem ao poder. No Piauí, onde apenas quatro deputadas ocupam cadeiras, o desafio é ainda maior.

Luiz Brandão

Luiz Brandão

Luiz Brandão é jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. Está na profissão há 40 anos. Já trabalhou em rádios, TVs e jornais. Foi repórter das rádios Difusora, Poty e das TVs Timon, Antares e Meio Norte. Também foi repórter dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, O Estado, Diário do Povo e Correio do Piauí. Foi editor chefe dos jornais Correio do Piauí, O Estado e Diário do Povo. Também foi colunista do Jornal Meio Norte. Atualmente é diretor de jornalismo e colunista do portal www.piauihoje.com.
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