
Apesar das cotas partidárias destinadas a aumentar a participação feminina na política, a representação das mulheres na Assembleia Legislativa do Piauí ainda é muito baixa: das 30 cadeiras, apenas quatro são ocupadas atualmente por deputadas, o que representa pouco mais de 13% do total. As parlamentares em exercício do mandato são Ana Paula (MDB), Gracinha Mão Santa (PP), Bárbara do Firmino (PP) e Elisangela Moura (PCdoB).
Cotas para mulheres
As cotas para mulheres nos partidos políticos foram instituídas no Brasil em 1997, pela Lei nº 9.504, que determinou que, a partir das eleições de 1998, cada agremiação deveria reservar pelo menos 30% das vagas para candidaturas femininas. Em 2018, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reforçou a regra, exigindo que os partidos destinassem ao menos 30% dos recursos do Fundo Eleitoral para campanhas de mulheres.
No entanto, a aplicação dessas regras ainda é falha. Muitos partidos preenchem as vagas apenas para cumprir a lei, sem investir efetivamente nas campanhas femininas, o que resulta em poucas eleitas.
A baixa representatividade feminina contrasta com a crescente mobilização de mulheres por maior participação política. Movimentos como "Mulheres na Política" e "Mais Mulheres no Poder" pressionam por mudanças estruturais, como financiamento igualitário e combate à violência política de gênero.
Exemplos de lideranças que lutam por essa causa incluem a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), a ministra do Planejamento Simone Tebet (MDB), a deputada e ministra dos Povo Indígenas Sônia Guajajara (PSOL) e a primeira dama do país, Janja Lula da Silva, que defendem maior inclusão feminina em cargos eletivos.
Por que os homens ainda dominam a política?
A desigualdade persiste por fatores históricos e culturais, como:
- Machismo estrutural, que associa liderança a figuras masculinas;
- Falta de investimento em campanhas de mulheres pelos partidos;
- Violência política, como assédio e descredibilização de candidatas;
- Sobrecarga de tarefas domésticas, que dificulta a dedicação à carreira política.
Enquanto as cotas são um passo importante, especialistas afirmam que é preciso fiscalização rigorosa e mudanças culturais para que mais mulheres cheguem ao poder. No Piauí, onde apenas quatro deputadas ocupam cadeiras, o desafio é ainda maior.
