Quem nunca passou por aquela situação constrangedora com um amigo que exagerou na bebida e acabou arranjando briga ou destruindo algo pela frente? A justificativa para tais ações inconsequentes sempre foi colocada em cima da ingestão de álcool, porém um estudo científico publicado na revista \'Translatio Psychiatry\' mostrou exatamente qual parte do nosso corpo é afetada quando bebemos demais. E a resposta é muito mais inseperada do que se pode imaginar, já que o mau comportamento é mais causado por situações fisiológicas do que de propósito.
Nela, dados foram recolhidos de pacientes que convivem com o alcoolismo. Após uma série de questionários, que envolveram desde teste de personalidade a comportamento e estilo de vida, os estudiosos chegaram à conclusão de que os efeitos agressivos acontecem devido a uma mutação que se relaciona ao gene receptor de serotonina, o hormônio que controla boa parte do nosso humor. Tal falha na transmissão faz com que o bebedor torne-se descontrolado.
De acordo com os dados recolhidos, pacientes que se identificam com reações como estas podem fazer uso de medicamentos e psicoterapia, caso seja frequente. Além disso, a redução na ingestão de bebidas alcoólicas é uma forma de atenuar também a agressividade. A investigação foi feita entre pessoas da Finlândia. No país, estima-se que cerca de 2,2% da população possua tal mutação no gene.
Além de a descoberta ser relevante no campo social do país, ela representa também o descobrimento de um mecanismo biológico decisivo no que diz respeito a compreensão da função do receptor 2B de serotonina em todos os seres humanos. Segundo os estudiosos, uma ação disfuncional pode também ser avaliada sem a ingestão de álcool, dependendo de cada caso. A serotonina afeta o corpo como um todo, não somente o cérebro, já que também é controladora do sono, do apetite sexual, da saciedade, entre outras coisas.