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Vitória na estreia apaga derrota de 96

Futebol Feminino Brasil Olimpíada Competição

Quinta - 04/08/2016 às 23:08



Foto: Reprodução futebol feminino
futebol feminino
A vitória da última quarta-feira foi um alívio para quem acompanha o futebol feminino. Não só pelo resultado positivo na estreia da Olimpíada do Rio, mas também porque o 3 a 0 diante da China vingou uma derrota do passado. Nos Jogos de Atlanta, em 96, o Brasil deixou a vitória por 2 a 1 escapar nos momentos finais da partida e aquele dia ficou marcado. Em apenas oito minutos, as chinesas viraram para 3 a 2 e tiraram o Brasil da final da competição. Apesar do revés, a Seleção ainda conseguiu conquistar o bronze. Hoje, porém, o cenário é completamente diferente. Jogando em casa e confiantes em uma boa campanha, as brasileiras se sentiram vingadas com o triunfo.

Naquela ocasião, estávamos vencendo por 2 a 1 e perdemos faltando oito minutos para o fim do jogo.

Elas viraram para 3 a 2 em uma desatenção nossa. Serviu de exemplo. Ontem, pegamos a China e fomos devolvendo tudo que estava engasgado. Tivemos condições de fazer até mais gols. Cada um que saía, eu vibrava como se fosse o primeiro. Foram 20 anos com isso engasgado – desabafa Michael Jackson, grande nome da modalidade nos anos 90.

A postura em campo também rendeu elogios de Michael, considerada por muitos a Pelé de saias. Com mais de 1500 gols marcados na carreira, a ex-jogadora, que atualmente coordena o departamento profissional de futebol feminino do Ministério do Esporte, conta que esteve com as meninas antes do início da disputa olímpica e que foi possível ver que elas estavam completamente focadas na busca pelo ouro.

- Foi uma boa estreia. Acredito que agora entraremos em uma crescente. Estive com elas há pouco tempo e elas me disseram: “Vamos jogar cada jogo como se fosse o último. Queremos o pódio”. A medalha está cada vez mais próxima – lembra.

Aline Pellegrino, que vestiu a camisa do Brasil por sete anos, acredita no que ela chama de “simbiose com a torcida”. Capitã da seleção na época em que ainda atuava, a ex-jogadora estava na conquista do ouro no Pan do Rio, em 2007, e aposta nessa relação das meninas com os torcedores como uma das armas para o sucesso brasileiro.

- Lembro que no primeiro jogo do Pan, também no Engenhão, o público era pequeno, tinha umas 3 mil pessoas. Aquilo foi crescendo, crescendo, e na final tinham 70 mil. Acho que vai esgotar essa final. A cada jogo, a torcida passa a energia e isso ajuda muito. O pessoal já está metendo pressão nos principais adversários do Brasil. Vi o jogo dos EUA e isso aconteceu. É uma simbiose, uma corrente coletiva que pode e deve ser feita. Independente do resultado final, da conquista de medalha, tenho certeza que todo mundo da modalidade se sentiu muito bem representado com essa estreia. Tudo que poderia ter acontecido de especial, aconteceu – ressaltou.

Com a propriedade de quem atuou na defesa brasileira por muitos anos, Pellegrino destacou o bom momento de Monica, responsável por abrir o placar da partida aos 36 minutos do primeiro tempo. Na opinião dela, por conta das diversas qualidades e vasta experiência, a jogadora tem potencial para ser um dos destaques da equipe na Rio 2016.

- A Monica está há muito tempo na seleção. Participou das seleções de base e tem uma experiência grande. Ficou muitos anos na Europa também. Ela é muito técnica, tem passe muito bom, uma estatura razoável e sobe bem de cabeça. Se firmou como titular absoluta e tem o respeito e a confiança de todas.

Está fazendo um papel muito importante ao lado da Rafa na zaga. Essa dupla tem tudo para se sair bem. É só o primeiro jogo, mas claro que vão ter momentos de dificuldade, faz parte. A Monica já está preparada para isso, não vai se abalar. Para essa posição, tem que ter essa noção. Não pode se abater. Às vezes um erro ali atrás é muito pior que um atacante furar um gol, por exemplo.

Fonte: globo.com

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