Foto: Reprodução
Irreverência: marca registrada de Donaldo Trump
O presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump ameaçou nesta segunda-feira acabar com o processo de reaproximação com Cuba, um avanço histórico conquistado por Barack Obama, a não ser que Havana faça concessões em termos de direitos humanos e abertura de sua economia.
Este aviso é feito três dias depois da morte de Fidel Castro e um dia após o fim de semana de Ação de Graças, quando a equipe de Trump manteve a indefinição sobre a reaproximação anunciada em 17 de dezembro de 2014 pelo presidente Obama e o cubano Raul Castro.
"Se Cuba não estiver disposta a alcançar um melhor acordo para o povo cubano, para os cubanos-americanos e os Estados Unidos como um todo, porei fim ao acordo", escreveu Trump no Twitter.
Esta é a primeira vez que o bilionário, que assumirá a Casa Branca em 20 de janeiro, ameaça explicitamente voltar atrás em uma das realizações diplomáticas de Barack Obama.
No domingo, sua comitiva exigiu apenas "um acordo melhor" do que o alcançado pelo presidente Obama.
Um pedido vago que veio acompanhado de um alerta dos caciques republicanos: a administração democrata em fim de mandato fez concessões demais - em particular através da redução do embargo econômico de 1962 - sem contrapartes suficientes de Havana sobre os direitos direitos, a democracia e a economia de mercado.
"Repressão, abertura do mercado, liberdade religiosa, prisioneiros políticos: essas coisas devem mudar para que possamos ter uma relação aberta e livre, é isso que pensa o presidente eleito Trump", advertiu o presidente do partido republicano Reince Priebus, próximo secretário-geral da Casa Branca.
- 'Nada em troca' -A conselheira de Donald Trump, Kellyanne Conway, também havia condenado a administração Obama por "não ter conseguido nada em troca" desde a restauração das relações diplomáticas com Cuba, no verão de 2015.
O senador republicano da Flórida Marco Rubio, filho de imigrantes cubanos, também foi evasivo sobre uma eventual revogação dos decretos presidenciais de Obama, que permitiram amenizar o embargo sobre Cuba nas áreas de transporte, comunicação ou comércio.
O ex-candidato nas primárias republicanas havia simplesmente pedido "reciprocidade por parte do governo cubano".
Se a futura administração Trump teve o cuidado de deixar a porta aberta à reaproximação com Havana, foi muito dura contra o "tirano Castro", falecido aos 90 anos.
No sábado, Donald Trump chamou o líder da Revolução cubana de "ditador brutal que oprimiu seu povo".
Seus comentários contrastam com a declaração de condolências de Barack Obama, que o chamou de "figura singular", cuja "História julgará seu enorme impacto".
A aproximação com Cuba se inscreve na política de mão estendida aos inimigos da América, um processo constante de Barack Obama desde 2009, como também fez com o Irã.
Durante sua viagem histórica a Havana em março, o presidente americano fez um apelo em favor de um processo irreversível de normalização, embora admitindo "que mudanças não acontecem da noite para o dia".
E seu sucessor Donald Trump também havia inicialmente apoiado esta aproximação, antes de criticá-la quando entrou na campanha pelo Partido Republicano.
Fonte: UOL
Siga nas redes sociais