Os trabalhadores da Cerâmica Murano, situada na zona rural Sul de Teresina, fizeram na manhã de ontem, uma manifestação em frente a empresa para protestar contra os salários atrasados e exigir providências por parte dos donos da cerâmica. O evento foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Teresina(Sitricom) que levou faixas e cartazes.A cerâmica, que pertence a um grupo do Ceará, está há mais de cinco anos sem recolher o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos seus cerca de 140 trabalhadores, além de não pagar os salários desde dezembro do ano passado. "Já nem me lembro quando foi a ultima vez que recebi pagamento aqui", diz um operário, que prefere não revelar o nome com medo de represália por parte da empresa. Para não morrer de fome, ele está vivendo de bicos.Já uma outra trabalhadora que realiza o seu serviço na cantina da Murano informou que trabalha na empresa há cerca de nove anos e que o seu saldo de FGTS é de pouco mais de R$ 1 mil, fato que, segundo ela, mostra o não recolhimento da contribuição por parte da empresa.Segundo informações do presidente do Sitricom, Raimundo Ibiapina, a Murano está praticamente abandonada no Piauí. Os diretores não aparecem e os trabalhadores estão temendo levar um calote. "Diversos processos contra a empresa tramitam no TRT e nosso receio é que ela feche as portas de vez, sem pagar os direitos e os atrasados da categoria", diz Ibiapina.Ele acrescenta que para evitar o pior, a entidade está entrando com uma ação coletiva junto ao Ministério Público do Trabalho para tentar conseguir que pelo menos os bens da Murano sejam retidos para pagar os débitos com os trabalhadores.Os trabalhadores da Murano são todos do povoado Cerâmica CIL, a cerca de 15 quilômetros de Teresina, nas margens da PI-130. As famílias, todas humildes, estão fazendo verdadeiros malabarismos para sustentar os filhos, sem o dinheiro da empresa.
Fonte: Da redação
Siga nas redes sociais
Compartilhe essa notícia:
