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Sindicato diz que bancos tem "lucros nas alturas" e explica motivos da greve em carta

No Piauí, 143 agências bancárias estão paralisadas por tempo indeterminado

Terça - 20/09/2016 às 13:09



Foto: Divulgação Ao todo, 143 agências bancárias estão paradas no Piauí
Ao todo, 143 agências bancárias estão paradas no Piauí

A greve dos bancos já entra na sua segunda semana de paralisações com um total de 12.727 agências em todo o Brasil que aderiram ao movimento. No Piauí, 143 agências bancárias estão paralisadas por tempo indeterminado, prejudicando a vida de quem utiliza seus serviços. 

Devido à manifestações populares contrárias à greve, o Sindicato dos Bancários do Piauí disponibilizou uma carta aberta para explicitar os motivos da categoria para a realização da greve. Os pontos principais abordados são: a manuntenção da proposta rebaixada de 7% de reajuste nos salários, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, abono de R$ 3,3mil  e a irredutibilidade dos banqueiros.

Confira a carta na íntegra:

Os banqueiros são os maiores responsáveis pela paralisação da categoria. Os trabalhadores cruzam os braços contra o descaso dos banqueiros que insistem em desvalorizar os maiores responsáveis pelos seus elevados lucros, os bancários. A greve é um instrumento de luta dos trabalhadores. Os braços se cruzam contra a desvalorização salarial, metas abusivas, assédio moral, péssimas condições de trabalho, a onda de demissões, entre outras tantas mazelas sem respostas. Os banqueiros agem com total descaso ao tentar impor perdas de 2,39% aos bancários, e ainda, desvalorizar os funcionários, sem atender às demais reivindicações como condições de trabalho, saúde, segurança, igualdade de oportunidades e garantia de empego. Temas que os banqueiros simplesmente desprezaram até agora.

Após intensos debates, durante as rodadas de negociações com o Comando Nacional dos Bancários, a Federação Nacional dos Bancos insiste na proposta rebaixada com reajuste de 7% nos salários, abaixo da inflação, e abono de R$ 3,3 mil, sem compromisso com emprego da categoria. Não houve nenhuma mudança, sequer, na proposta apresentada no último dia 9 de setembro, a qual está muito distante das reivindicações dos trabalhadores.

GANÂNCIA COM TAXAS E JUROS ALTOS

A população só tem a perder com a ganância dos banqueiros. A ambição dos bancos é tanta que além de não apresentar salário decente e um atendimento de qualidade, eles ainda cobram dos clientes altíssimas taxas de juros e tarifas. A taxa de juros do cheque especial bate recordes a cada mês. De acordo com dados do Banco Central (BC), chegou a 318,4% ao ano, no mês de julho (última pesquisa divulgada). No cartão de crédito, os números são ainda piores, com taxa de juros de 470,7% ao ano. Neste ano, essa taxa já subiu 39,3 pontos percentuais.

LUCROS NAS ALTURAS

Vale ressaltar que nesta novela de descaso, enquanto o lucro se encontra nas alturas o emprego só diminui. Com números exorbitantes, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos.

CAMPEÕES EM MAU ATENDIMENTO

Quem depende dos bancos, sabe que as reclamações são inúmeras, filas imensas, falta de funcionários, problemas com a falta de segurança, entre tantos outros. No ranking das maiores reclamações entre os consumidores brasileiros, o sistema financeiro ocupa a segunda posição. No total, o BC recebeu 5.927 reclamações no período.

Fonte: Sindicato dos bancários

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