Política

Wellington tem liberdade para negociar alianças para 2018; PT fará sua parte, diz Regina Sousa

Regina Sousa (PT) concedeu uma entrevista esclarecedora, talvez a que mais repercutiu na mídia

Domingo - 29/01/2017 às 06:01



Foto: Piauihoje.com Senadora Regina Sousa (PT-PI)
Senadora Regina Sousa (PT-PI)

A senadora Regina Sousa (PT) concedeu uma entrevista esclarecedora, talvez a que mais repercutiu na mídia nos últimos meses, quando falou sobre diversos assuntos:  caixa 2, ficha suja, imagem arranhada do partido, a eleição no PT do Piauí, alianças com partidos, candidaturas, eleições 2018 e do governo Temer. 

O PIAUÍ HOJE.com acompanhou a fala da senadora e transcreve os principais trechos da entrevista concedida à TV Antena 10 na sexta-feira (27).

Troca-troca de partidos

“É natural que os partidos busquem quadros para se filiar. Todo mundo quer se fortalecer é natural. Quem sai de um partido é porque não está se sentindo bem nele. Quem faz quadro ganha força, Até agora, que eu saiba, ele [o senador Ciro Nogueira] disse que permanece com Wellington. Como existem dois anos ainda, nós não podemos fazer prognósticos. Até agora, o que ele diz é que vai permanecer na chapa com Wellington, mas pode ser também que ele esteja se fortalecendo... se não der certo, é história do Plano B. Todo mundo tem seu plano B. Eu acho natural... mas ninguém filia mais que o PT. Em 2016, PT filiou 50 mil pessoas. São pessoas comuns, estudantes, sindicalistas, 30% são jovens. Existem mais 100 mil esperando homologação, porque antes eram verdadeiro vestibular (para entrar no PT), tinha que fazer curso”.

PMDB e cia

“Wellington é o capitão da negociação, é ele quem negocia. Ele está montando o xadrez político para montar sua base. Aí é hora de saber quem fica contente quem fica descontente. Nesse momento, não dá para dizer. Eu sei que ele está conversando com o PMDB. Se esse PMDB vier que seja bem-vindo, que seja para construir, para ajudar e para permanecer. O que eu não aceito é que as pessoas vão bom partido ficam usufruem e quando chega perto da convenção vai embora”.

Eleição no PT

”Não acho impossível falar em consenso [em torno da candidatura do deputado federal Assis Carvalho a presidente do PT no Piauí]. É difícil neste momento. Por conta da conversa que já teve com outras correntes, ele (Assis Carvalho) se apresenta como o nome mais forte mas tem todo uma corrida... Tem tempo ainda, não se pode dizer tá mais forte tá mais fraco. Os candidatos estão conversando entre si e só eles podem fazer essa conversa. Na Articulação de Esquerda, a maioria já disse que não vai ter candidato e alguns já declaram apoio Assis”.

Partido demais X espaço de menos                       

“É uma equação difícil, não nego acho que quem vem precisa ocupar espaço, mas não pode ser um espaço em pé de igualdade com quem está desde o começo.  O governador tem muita habilidade para isso... não é uma questão de carta branca, é uma carta meio cinza. A gente tá esperando. Ele faz isso sempre. Quando ele consegue desenhar, geralmente ele chama o PT, porque é o partido dele, para conversar, saber qual é a concordância ou discordância... ele sempre faz isso. A gente tá esperando. Quando ele estiver com xadrez montado, ele vai chamar.

Perda de espaço

“A gente não quer perder porque já ficou muito grande a base por conta da Assembleia. Ele (Wellington Dias) teve que criar uma participação de segmentos que não estavam apoiando na eleição em 2014. Tem gente que não apoiou em 2014, mas por conta da governabilidade na Assembleia, ele fez esses acordos. Portanto, já tivemos que dar espaço. E aí vem mais outros, porque me parece que não vem só o PMDB. Tirar espaço do PT? Nós vamos espernear, nós vamos escutar, mas não vamos aceitar quietinho”.                       

Cargos inegociáveis

“Não existe os cargos inegociáveis, mas os preferenciais. Acho que é a Secretaria de (Estado do) desenvolvimento Rural seria preferencial por conta da identidade da gente, é uma porta aberta para o trabalhador rural, que é muito negligenciado. As pessoas não dão muito atenção Se eu tivesse de escolher escolheria Desenvolvimento Rural.

Ficha limpa

Um emissora teve um papel importantíssimo na queda da imagem do PT, mas os outros partidos não tem ficha mais limpa que o PT, vai atrás, olha o ministério do Temer. Foram na justiça para que o Lula não assumisse Ministério, o Lula nem sequer era réu. Agora, pega o ministério do Temer. São poucos os menorzinhos  os outros estão envolvido em caixa dois de campanha tempo, tudo envolvido na Lava-Jato, delatado. São dois pesos, duas medidas. Não tem partido ficha limpa nessa história. não são pouquinhas, os menorzinho.

Mídia golpista

“Tem um tratamento diferenciado. Olha o que fizeram com o Lula, o espetáculo que foi o helicóptero em cima do apartamento de Lula, para leva-lo em condução coercitiva quando ele sequer tinha se negado. Olha a prisão do Eduardo Cunha, ele parecia que ia passear... o Eike Batista fugiu. Porque vazou a prisão dele. Foram 13 dias e não foram prende-lo, a tal influência e parcialidade... mas em todas as pesquisas o PT é o primeiro partido desse país, bem distante dos outros. Porque tem essa raiz, essa coisa de 50 mil pessoas se filiarem a um partido no ano da desgraça E aí isso que a gente quer construir”.                       

Michel Temer

“Ele não apresentou nada novo. Disse que bastava tirar Dilma que ia resolver tudo. Não resolveu, não gerou mais emprego, as propostas que apresenta é para massacrar os mais pobres está destruindo os programas sociais está tudo desidratado. O Minha Casa, Minha Vida, o Bolsa Família estão tirando gente do bolsa família porque tem gente afirmando que são empresários, na verdade são sindicalistas, presidentes de partidos... sindicalista  tem CNPJ, mas os mais são pobres estão aí indo para a fila de madrugada. Eles estão desidratando e desmoralizando os programas sociais. E a reforma da presidência veio para matar. Se aquela reforma foi aprovada daquele jeito é para matar. O país precisa de uma reforma, mas não dessa forma”                       

Mandato

“Eu quero. É natural que eu queira, mas vai depender desse xadrez político que está sendo montado. Não quero sem impedimento, não tenho fissura pelo cargo. Passei tanto tempo sem ser nada...sou bastidores continuo bastidores sem problema, mas tem um bocado de coisas que eu comecei que gostaria de continuar. O que eu estou fazendo é o que me propus: dar visibilidade os invisíveis, dar voz a quem não tem voz. Quem mais faz audiência pública no Senado sou eu. Levei índio para discutir as questões indígenas. Uma índia de 70 anos cismou de entrar sem blusa no Senado. Eu disse ela vai entrar. A segurança  questionou:  mas senadora, ela está sem blusa.  Meu filho você já viu índio de paletó e gravata? Ela entrou sem blusa e ela fez uma fala lindíssima. Terminou dizendo que em algum tempo o homem branco vai comer dinheiro porque não vai ter mais o que comprar com dinheiro”.

Fonte: Antena 10

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