Saúde

Flagra mostra sujeira e ratos na maternidade Evangelina Rosa

Filas de grávidas, sujeira e até ratos foram supostamente flagrados na maternidade Dona Evangelina

Quinta - 14/04/2016 às 14:04



Foto: Google Maternidade Evangelina Rosa, em Teresina
Maternidade Evangelina Rosa, em Teresina
Filas de grávidas, sujeira e até ratos foram supostamente flagrados na maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina. Algumas das gestantes estariam há pelo menos dois dias à espera de um leito. Nesta quarta-feira (13), três das quatra salas do centro cirúrgico estavam ocupadas com bebês prematuros. De acordo com a representante da Sociedade Piauiense de Pediatria, a médica Francisca Medeiros, a situação é considerada crônica e, infelizmente, faz parte da rotina da maternidade.

"A falta vagas para os bebês gera todo um conflito, pois se não há vagas, não tenho como liberar leitos para que uma nova gestante seja admitida para fazer o procedimento. O bebê nasce no centro cirúrgico e se tiver alguma complicação, ele tem que permanecer lá, ocupando aquele berço, aquele local, juntamente com a mãe, porque não tem pra onde mandar", disse Medeiros.

A maternidade possui 150 leitos para parto e tratamento clínico, 20 na unidade canguru, 20 leitos na UTI noeonatal e mais 20 na unidade de cuidados especiais, mas o recomendável seria pelo menos o dobro. A pediatra elenca a falta de vagas, profissionais de saúde e equipamento como fatores agravantes para a atual situação. Francisca Medeiros conta que uma das soluções para minimizar o problema seria a realização de concurso público.

"É angustiante a falta de vagas, tanto para os bebês que nascem na maternidade, como para os que vêm de fora. A gente fica com as mãos na cabeça, sem ter o que fazer", desabafa a médica.

Em entrevista ao Notícia da Manhã, o diretor da maternidade explica que o problema da superlotação é decorrente do alto índice de prematuridade.

"A maternidade vai fazer 40 anos em agosto e quando foi construída, Teresina tinha apenas 350 mil habitantes e hoje esse número passa de 1 milhão. Muitas cidades do interior deixaram de fazer partos e as gestantes vêm para a Capital. Temos maternidades da prefeitura que dão suporte, mas mesmo assim ainda é suficiente para a quantidade de grávidas. A lotação também é resultado do alto índice de prematuridade, que é consequência de um pré-natal que nãoe está sendo feito adequadamente. As unidades que fazem o atendimento neonatal precisam melhorar, para dimunuir as complicações das grávidas e os partos antes do momento", disse o médico José Brito.

O diretor da maternidade destaca que, melhorias implementadas na estrutura física de maternidades na Capital e em hospitais no interior do Estado, vão minizar o problema da superlotação. De imediato, o especialista diz que está em andamento a abertura de 10 novos leitos na ala intermediária, além da abertura de outros dois leitos que funcionariam onde hoje é a sala de esterilização, que passaria para o piso inferior da maternidade Dona Evangelina Rosa.

"Dentro da nossa limitação, existem propostas para melhorar a situação da maternidade e nós temos conseguido isso. Temos uma UTI materno modelo. Em 2016, não houve nem uma morte materna, apenas dois bebês do interior vieram a óbito, porque era uma situação irreversível. A equipe de profissionais é de alta qualidade, porém insuficente. Contudo, no mês passado, fizemos um pedido ao Governo para abrir um concurso para pediatra", reitera o médico.

Fonte: Graciane Sousa

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