Saúde

EPIDEMIA

Explosão de dengue aumenta vendas de repelentes e produto começa faltar no Piauí

Devido a alta procura pelo produto, os fabricantes estão com dificuldades para suprir a demanda e para conseguir matéria prima para a produção

Da Redação

Sexta - 01/03/2024 às 10:19



Foto: Reprodução A situação também tem impacto nos preços, com reajustes significativos nos repelentes.
A situação também tem impacto nos preços, com reajustes significativos nos repelentes.

O Ministério da Saúde já registrou quase 1 milhão de casos suspeitos de dengue no Brasil e está lidando com uma preocupante escalada de casos suspeitos de dengue. Neste ano, já foram registrados 195 óbitos e mais 672 casos estão sob investigação. Com a falta de vacinas suficientes contra a epidemia, tanto na rede pública quanto na privada, os brasileiros têm recorrido em massa aos repelentes como medida preventiva. 

De acordo com informações da Linx, uma empresa brasileira especialista em tecnologia para o varejo, a venda desses produtos aumentou em 26,4% nas farmácias nos primeiros dois meses do ano, comparado ao mesmo período de 2023.

Entretanto, os principais fabricantes enfrentam dificuldades para atender à demanda crescente, devido à demora na chegada da matéria-prima importada, que pode levar de 30 a 150 dias. Os princípios ativos dos repelentes, como icaridina, deet e IR 3535, são todos importados, o que intensifica os desafios de produção e abastecimento.

Por conta dessa alta demanda algumas regiões do Brasil já enfrenta uma escassez de repelentes, com consumidores relatando dificuldades em encontrar certas marca. 

No Piauí a situação não é diferente, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Piauí (SINCOFARMA-PI), nas últimas semanas distribuidoras tem registrado falta de repelentes.

"Tem algumas marcas que ainda se mantêm no mercado, mas outras a gente já tem dificuldades de encontrar, não acaba totalmente, mas de 100% das marcas ficam em torno de 15% a 20% nesse período. Semana passada, os dados estavam mostrando que no Piauí estava tendo muita procura e os consumidores não estavam encontrando repelente", relatou o presidente do SINCOFARMA-PI, Francisco Lopes.

Uma das distribuidoras do Piauí relatou que de 14 modelos que eles distribuem para o mercado apenas três ainda estão em estoque, os outras 11 marcas estão em falta.

Diante desse cenário, os fabricantes estão trabalhando para aumentar a produção e enfrentar a crescente demanda, mas enfrentam obstáculos como falta de embalagens e prazos limitados para aquisição de matéria-prima.

A situação também tem impacto nos preços, com reajustes significativos nos repelentes, refletindo os custos adicionais de produção e logística enfrentados pelos fabricantes.  O Procon está ativo na fiscalização destes produtos, com registro de denúncias sobre grande variação no preço dos produtos, o órgão notou diferença de 27% no preço do mesmo repelente em dois comércios vizinhos, por isso estão em alerta fiscalizando os preços dos produtos em diferentes estabelecimentos.

Assim, a alta na demanda por repelentes surge como um desafio semelhante ao enfrentado no início da pandemia de Covid-19 com o álcool em gel, porém, com a complicação adicional da necessidade de importação de ativos essenciais para sua fabricação.

Fonte: Com informações da Folha de S.Paulo e SINCOFARMA-PI

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