Brasil

Professores federais vão rejeitar proposta do governo amanhã

professores recusam proposta educaçao

Domingo - 22/07/2012 às 22:07



Os professores federais, em greve há mais de dois meses, devem rejeitar a proposta apresentada pelo governo federal hoje, quando as duas partes têm uma reunião de negociação agendada. Em assembleias realizadas ao longo desta semana, os docentes analisaram a proposta e enviaram suas decisões para o sindicato nacional, a Andes, que durante o fim de semana irá elaborar uma contra-proposta. A expectativa do movimento é que a ampla maioria das 57 universidades em greve recuse a proposta.
A conclusão dos professores é de que os reajustes apresentados pelo governo federal não contemplam a inflação. De acordo com cálculos feitos pelos sindicatos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do ABC (UFABC), há perda salarial para a maioria dos profissionais. Na carreira dos docentes com doutorado e dedicação exclusiva, a melhor contemplada pelo governo, quatro dos nove níveis terão perdas e aumento real próximo a zero para outros dois níveis (veja tabela abaixo).
“Considerando que o governo não cometeria esses erros crassos de cálculo com professores, isso fica com uma feição de manobra da opinião pública contra o movimento, que já deixou de ser exclusivamente de docentes e envolve servidores e alunos”, diz Denilson Cordeiro, professor de Filosofia da Unifesp do câmpus de Diadema e membro do Comando de Greve local.
“A proposta foi apresentada como generosa, com 30% a 45% de aumento aos professores. Mas a gente fez os cálculos e viu que não é nada disso. O sentimento é de indignação”, aponta Giorgio Romano, do comando de greve dos professores da UFABC. Os números apresentados pelo governo somam os 4% de aumento negociados no ano passado e envolvem os anos de 2010 e 2015. “A inflação do período varia entre 31% a 35,5%”, alega o professor.
Os docentes discordam de outros pontos da proposta do governo e reclamam da não contemplação de reivindicações do movimento, como a garantia de investimentos em infraestrutura, a negociação com os funcionários técnico-administrativos, participação na elaboração do plano de carreira e nas decisões orçamentárias que envolvem as universidades federais.
“Corremos o risco de consolidar essa precariedade que existe hoje. Tanto em termos de infraestrutura, quando em relação a manter uma carreira que não atrai bons profissionais”, aponta Marcia Jacomini, professora de Educação da Unifesp.
Alunos, professores e funcionários das universidades federais de São Paulo (Unifesp), São Carlos (Ufscar) e do ABC (UniABC), protestam em frente à Bolsa de Valores (12/6). Foto: Tércio Teixeira/Futura Press
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Proposta mínima
Para os professores da Unifesp e da UFABC, o governo acertou em acatar o pedido de redução dos níveis da carreira de 17 para 13. Mas para saírem da greve, há outros pontos que precisam ser acordados:
- estepes fixos de 5% entre os níveis da carreira docente (aumento concedido ao salário-base, quando o profissional é promovido)
- incorporação das gratificações por títulos de mestre e doutor ao salário-base (as gratificações representam entre 60% a 70% e não são reajustadas nas negociações salariais, podendo inclusive serem extintas pelo governo)
- fim do limite de 20% para do corpo docente para o cargo mais alto da carreira
- garantia de melhorias na infraestrutura das unidades
- nenhum nível com perda salarial
- proposta consistem de carreira
- negociação sobre os limites da dedicação exclusiva

Fonte: ig

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