Política

MUDANÇA DE LADO

Mourão quer que golpistas de farda sejam julgados pelo Superior Tribunal Militar

O senador, que anteriormente apoiava a intervenção militar contra o Supremo Tribunal Federal, agora diz defender as investigações conduzidas pela Justiça Militar

Da redação

Sexta - 09/02/2024 às 09:27



Foto: Lula Marques / Agência Brasil Senador e ex-vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos-RS)
Senador e ex-vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos-RS)

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente do governo Bolsonaro, alterou sua posição em relação à conduta dos militares envolvidos na tentativa golpe de Estado durante os atos de 8 de janeiro de 2023.

O senador, que anteriormente apoiava a intervenção militar contra o Supremo Tribunal Federal (STF), agora diz defender as investigações conduzidas pela Justiça Militar e ainda argumenta que o Exército brasileiro demorou na abertura das investigações sobre o caso.

O novo posicionamento de Morão ocorreu em entrevista ao Estado de S. Paulo. A declaração ocorre após a deflagração da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, que busca esclarecer alegações de tentativas de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a tentativa de golpe de Estado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

Em entrevista, o ex-vice-presidente enfatizou a importância de que as investigações envolvendo militares suspeitos de crimes relacionados a atividades golpistas sejam conduzidas de forma adequada.

Mourão destacou a necessidade de que tais investigações sejam conduzidas de maneira imparcial, sugerindo que alguns indivíduos ligados às Forças Armadas poderiam ter cometido delitos em função militar.

Entenda o caso

A operação, denominada Operação Tempus Veritatis, faz parte da investigação que apura a tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito nos atos do dia 8 de janeiro de 2023. 

Além de Bolsonaro, são alvos da operação o ex-deputado e presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, militar e ex-ministro de Bolsonaro, Walter Braga Netto, o general Augusto Heleno, o general Paulo Sérgio Nogueira, responsável pela pasta da Defesa, e Anderson Torres, antigo ministro da Justiça e Segurança Pública.

A operação cumpre 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares. De acordo com a PF, as investigações apontam que o grupo de aliados do ex-presidente se dividiu em núcleos para alegar fraude nas Eleições de 2022 e legitimar uma intervenção militar no país.

Os investigadores acreditam que um dos núcleos do grupo atuava na disseminação de notícias falsas de fraude nas eleições no caso de vitória do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Este também também auxiliava no questionamento da segurança das urnas eletrônicas.

Um segundo núcleo do grupo bolsonarista, então, promovia atos de violência para subsidiar um golpe de Estado. Este núcleo contava com apoio de militares e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível, segundo a PF.


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Fonte: Brasil 247

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