PF prende 39 pessoas suspeitas de cometer quase 2 mil fraudes previdenciárias

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Operação Bússola

Durante coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (09), na sede da Superintendência da Polícia Federal em Teresina, o coordenador da operação, delegado Lucimar Sobral, afirmou que 39 pessoas foram presas na operação Bússola, que foi deflagrada no início da manhã de hoje com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atuava na concessão fraudulenta de benefícios rurais opor idade.

Entre os presos estão advogados, servidores do INSS e intermediários. Os presos não tiveram os nomes divulgados. Entre os advogados alvos da investigação, 11 são do Piauí e seis do interior do Maranhão. Dois deles não foram localizados. No total, foram cumpridos 96 mandados judiciais, entre de prisões e de busca e apreensão no Piauí, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Sergipe, Paraíba e Tocantins.

Segundo o delegado Lucimar Sobral, a quadrilha chegou a criar 160 pessoas fictícias para receberem a aposentadoria. O grupo agia da seguinte forma: o intermediário levava ao advogado uma pessoa (que não era trabalhador rural), falsificava documentos para que essa pessoa pudesse ser encaixada como trabalhador rural e ter acesso ao benefício de aposentadoria rural por idade. Os servidores do INSS tinham uma senha master e concediam o benefício para o falso beneficiário.

Depois de ter o benefício concedido, o beneficiário fazia um empréstimo consignado de R$ 10 a R$ 12 mil. Esse dinheiro era dividido entre o servidor do INSS, o advogado que protocolou o processo e o intermediário.

Prejuízo ao INSS

Nas investigações que tiveram inicio no ano passado, a Polícia Federal contabilizou até o momento 1.975 benefícios de aposentadoria por idade rural com indícios de fraude. O prejuízo causado ao INSS foi de aproximadamente R$ 55,8 milhões.

A Justiça Federal determinou o bloqueio das contas dos presos e a suspensão do exercício da função pública para os servidores do INSS. Durante todo o dia os presos serão interrogados por Delegados de Polícia Federal na Superintendência da Polícia Federal em Teresina e, posteriormente, serão encaminhados para um dos presídios da capital, onde ficarão custodiados à disposição da Justiça.