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Pimenta Neves se entrega à polícia e vai para a prisão

Polícia Entrega Preso Neves Pimenta

Quarta - 25/05/2011 às 00:05



Foto: Montagem Fotos de Pimenta e a sua vítima
Fotos de Pimenta e a sua vítima
O jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves se entregou na noite desta terça-feira (24) para policiais civis da Divisão de Capturas. Investigadores e os delegados Pablo Baccin e Waldomiro Pompiani Milanes foram recebidos pelo condenado por volta das 19h30. Ao abrir a porta de sua casa, na Chácara Santo Antônio, Zona Sul de São Paulo, Pimenta Neves sorriu e cumprimentou os policiais.

Meia hora depois, ele entrou em um carro da polícia. Parte das dezenas de pessoas que se aglomeravam em frente à casa bateu palmas no momento em que o carro saiu em direção à sede da Divisão de Capturas, no Centro da cidade. Outras pessoas gritaram “assassino”.

De acordo com Francês, o jornalista de 74 anos “está bem, mas debilitado”. “Ele está magoado, triste. É um momento de tristeza.” Ele informou que Pimenta Neves mora sozinho e toma remédio para problemas de saúde, como hipertensão.

Ao chegar à Divisão de Capturas, no Centro de São Paulo, Pimenta Neves disse: "Eu estava esperando". Questionado por jornalistas se estava preparado para ficar 15 anos preso, disse apenas uma palavra: “Claro”.

Malas prontas

O delegado Aldo Galeano, diretor do Departamento de Identificação e Registros Diversos (Dird), contou na noite desta terça-feira (24), que o jornalista Pimenta Neves não ofereceu resistência à prisão e que já tinha deixado pronta uma mala com roupas caso fosse preso.

“Ele já tinha as roupas separadas”, informou Galeano, acrescentando que o jornalista pediu que sua integridade física fosse respeitada. Em frente à casa do jornalista, além de muitos jornalistas, havia vizinhos e curiosos que se aglomeraram no portão esperando a saída de Pimenta Neves.

“Dissemos que não poderíamos escondê-lo. Houve um processo de convencimento por telefone. Ele estava esperando. Essa sentença é irrecorrível e a gente mostrou para ele que haveria desgaste (caso ele resistisse à prisão)”, afirmou Galeano.

Além de roupas e remédios, Pimenta Neves colocou na mala dois livros. A polícia não soube informar quais eram os títulos. “Ele pediu dois livros. Estava muito sereno. Falou que a mala estava arrumada desde a semana passada”, contou um investigador da Divisão de Capturas que não quis se identificar.

Vitória

O advogado da família da jornalista Sandra Gomide comemorou a decisão. Sergei Cobra afirmou que esse é o caso de maior impunidade da história do Brasil. “É uma vitória. Isso mostra que a Justiça dá uma resposta ao maior caso de impunidade que o Brasil já viu, até porque ele [Pimenta Neves] é réu confesso”, disse Cobra.

STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) negou, por unanimidade dos cinco ministros que a integram, o último recurso pendente de Pimenta Neves, condenado em 2006 pela morte da ex-namorada e também jornalista Sandra Gomide. O relator do caso, ministro Celso de Mello, determinou ao juiz da Comarca de Ibiúna (SP) o cumprimento da pena de 15 anos de prisão, inicialmente, em regime fechado.

De acordo com o ministro relator, não há mais possibilidade de se recorrer da decisão. “É um fato que se arrasta desde 2000 e é chegado o momento de se por termo a este longo itinerário já percorrido. Realmente esgotaram-se todos os meios recursais, num primeiro momento, perante o Tribunal de Justiça de São Paulo; posteriormente, em diversos instantes, perante o Superior Tribunal de Justiça, e também perante esta Corte”, afirmou Mello durante o julgamento.

Fonte: G1

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