Economia

Piauí está entre os Estados com menos médicos, aponta Censo

Piauí Hoje

Quarta - 08/09/2010 às 04:09



O estudo Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) - Brasil 2010, divulgado pelo IBGE na semana passada, relevou que, enquanto Teresina é uma referência na saúde na região Nordeste, há uma grande carência de médicos no restante do Piauí. Segundo a pesquisa IDS, o Estado possui apenas 1,8 médicos para cada 1 mil habitantes, inferior à média nacional de 2,9. A pesquisa mostra que existem, em todo o Estado, 5.514 postos de trabalho médico para atender os 3,2 milhões de piauienses. Eles atuam em 1.680 estabelecimentos de saúde, que oferecerem 7.425 leitos para internação. Nessas duas categorias, o Piauí está bem servido em relação ao país: possui 0,55 unidades de saúde por cada mil habitantes, acima da média nacional de 0,42; e 2,4 leitos por cada mil habitantes, o mesmo da média do Brasil e acima dos números do rico Estado de São Paulo, de 2,3, e do Distrito Federal, com 2,1. Segundo a Associação Piauiense de Medicina (Aspimed), o baixo índice de médicos por habitantes no Piauí é desproporcional entre o interior e a capital. Dos cerca de 3.800 profissionais em atividade no estado, 67% estão concentrados em Teresina, onde moram apenas 25% da população. "Enquanto que em Teresina temos cerca de 1 médico para cada 400 habitantes, em cidade do semi-árido a diferença é bem maior, pois há escassez de profissionais, pela falta principalmente de emprego e de estrutura", diz o presidente da Aspimed, Felipe de Pádua.Felipe explica que os médicos conseguem mais oportunidade de trabalho na capital em vários lugares diferentes, mesmo que às vezes, a remuneração obtida seja menor que o que o profissional ganharia no interior do estado. A quantidade de médicos por habitante não significa o número real de profissionais existentes, mas a capacidade de atendimento. Na pesquisa, o IBGE usa o termo "emprego médico por habitante" porque um mesmo profissional pode atuar em mais de um estabelecimento com vínculos e jornadas de trabalho diferenciados. Quantidade varia de acordo com a regiãoA Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS não recomendam nem estabelecem taxas ideais de número de leitos e médicos por habitante a serem seguidas e cumpridas por seus países membros, cabendo ao governo de cada país decidir sobre a cobertura de assistência médica e a disponibilidade de leitos e profissionais de saúde, segundo as suas necessidades. A definição do número de leitos e de médicos por habitante depende, entre outros, de fatores regionais, socioeconômicos, culturais e epidemiológicos, que se diferenciam segundo cada região e país, tornando impossível e pouco válido o estabelecimento de um valor ideal a ser aplicado de forma generalizada.No Brasil, por exemplo, de acordo com a Portaria nº 1101/GM de 2002 do Ministério da Saúde, que dispõe sobre o estabelecimento de parâmetros de cobertura assistencial, a necessidade de leitos hospitalares totais é de 2,5 a 3 para cada 1 000 habitantes. Entretanto, deve ser considerada a flexibilidade destes valores de acordo com especificidades regionais e o tipo de enfoque de política de saúde adotado, se preventivo ou curativo, por exemplo. Em princípio, o avanço na saúde preventiva e no acesso a serviços básicos de saúde tendem a diminuir a necessidade de leitos hospitalares, na medida em que algumas doenças podem ser tratadas sem demandar o uso de leitos hospitalares. Quanto aos médicos por habitante, a necessidade seria de 1 para cada grupo de 1 000 habitantes, segundo a mencionada a portaria. Neste indicador, são considerados todos os estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, com ou sem fins lucrativos, em regime ambulatorial ou de internação. O acesso universal aos serviços de saúde é condição para a conquista e manutenção da qualidade de vida da população que, por sua vez, é um dos pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável. Este indicador é relevante por expressar a oferta de infraestrutura básica de serviços de saúde e, consequentemente, o potencial de acesso aos mesmos por parte da população.

Fonte: Odia

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: