Educação

PF afirma que quadrilha tinha ramificações em outros estados

Piauí Hoje

Domingo - 07/03/2010 às 05:03



Após a prisão dos quatro envolvidos na tentativa de assalto à agência do Bradesco, no município de Santa Luzia do Paruá, no início da tarde da última terça-feira, 2, a Polícia Federal descobriu que os assaltantes possuem relações com quadrilhas que atuam em outros estados brasileiros. Segundo o delegado federal responsável pela operação, Sandro Rogério Jansen de Castro, além dos dez envolvidos na ação, havia ainda outras pessoas que forneceram armamento, comida, abrigo e informações para o bando; no entanto, esses nomes e os estados de ligação não puderam ser divulgados, por conta do sigilo da investigação que ainda está em andamento. De acordo com o delegado Sandro Jansen, a polícia já mapeava a quadrilha desde o ano passado, observando o \'modus operandi\', a logística, origem, armamento utilizado, entre outros pontos; entretanto, não havia informações contundentes e precisas que pudessem levar a uma intervenção antecipada da polícia. "Chegamos à região na sexta-feira, 26 de fevereiro, e descobrimos que o carro forte abasteceria os bancos de Santa Inês, Santa Helena e Santa Luzia do Paruá, mas uma informação importante nos revelou que o último município seria o escolhido para a ação dos bandidos. Isso porque, a cidade alvo só é escolhida dois dias antes do assalto. A inteligência da PF descobriu, na sequência, que os homens estavam escondidos em um matagal a 10 km de Santa Luzia, e sendo ajudados por uma equipe de apoio que já está sendo investigada", declarou.O delegado revelou que o \'cabeça\' do grupo, identificado como \'Ed Cambota\', estava em Santa Helena - local onde residia e era um conhecido comerciante; e que, após roubar uma caminhonete Hilux, ele foi até o matagal buscar o bando, onde 100 metros depois roubaram outro veículo, um Polo de cor branca. Segundo Sandro Jansen, a quadrilha invadiu a agência bancária por volta de 12h de terça-feira, e logo foi surpreendida por policiais federais que deram voz de prisão, mas os assaltantes não cederam à ordem da polícia e revidaram atirando. "Eles partiram em uma empreitada audaciosa, pois portavam um armamento pesado e estavam confiantes com isso. Dominaram o cofre do banco, renderam clientes e funcionários e ainda realizaram um escudo humano entre o Bradesco e a agência do INSS, que estava cheia de pessoas idosas", explicou.Sandro Jansen contou que a quadrilha ficou aproximadamente 20 minutos atirando contra os policiais, tempo suficiente para deixar em pânico os moradores da cidade. E que, em seguida, sete pessoas estavam mortas, seis bandidos e um funcionário do banco, o caixa Jefferson Mesquita Lemos, assassinado com um tiro na cabeça pelos assaltantes; além de três pessoas feridas: um assaltante, a gerente da agência e o vigilante.O delegado informou que, com o bando, foram apreendidas cinco escopetas calibre 12, sendo quatro de repetição; um fuzil 762, uma espingarda 44, duas pistolas, quatro revólveres, sendo três de calibre 38 e um de 32, além de farta munição, colete à prova de balas e máscaras. "Em depoimento, os acusados informaram que o dinheiro do roubo seria usado para a compra de quatro fuzis AK47 e outro 762 de origem russa, além do aluguel de uma arma ponto 30, utilizada pelas forças armadas para derrubar aeronaves; e que, em seguida, outro assalto seria realizado no município de Bacuri", informou.Sobreviventes - Quatro dos assaltantes sobreviveram ao tiroteio e foram transferidos para São Luís. Ubirens Gusmão Sampaio, o "Bira", de Miranda do Norte; Leonardo Barros de Sousa, de Imperatriz; Anderson Silva Soares, de Davinópolis, que antes usava a identidade falsa de Pedro Soares Barbosa, o "Golfinho", foram levados para a sede da PF, onde prestaram depoimento. Já Márcio Nazareno Soares de Oliveira, o "Marajó", de Belém, está internado no Hospital Municipal Clementino Moura, o Socorrão II, vigiado por policiais militares do 6° Batalhão de Polícia Militar (BPM).Além do funcionário do Bradesco, morreram durante o tiroteio, Wiven Berg Santos da Silva Filho, o "Ivo", também de Miranda; "Ed Cambota", de Santa Helena; "Geladeira", do Pará; "Didão", de Pernambuco; "Cabeção" e "Tony", ambos maranhenses.A operação da Polícia Federal contou com o apoio das polícias Civil e Militar do Maranhão, além do Grupo Tático Aéreo (GTA). Devido a procedimentos internos da PF, também participaram policiais federais do Pará e Brasília.Segundo em pouco mais de 12 horas - A invasão ao Bradesco de Santa Luzia foi a segunda ação de bandidos contra bancos, no Maranhão, em pouco mais de doze horas. Por volta das 10h da segunda-feira, 1°, uma quadrilha formada por 12 homens assaltou o Banco da Amazônia S/A (Basa), fizeram reféns e levaram cerca de R$ 300 mil. Assim como em Santa Luzia do Paruá, o bando estava fortemente armado, com fuzis 762, AR-15, escopetas e pistolas.

Fonte: Jornalpequeno

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