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Osama Bin Laden é um mártir, diz Carlos, O Chacal

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Sábado - 21/05/2011 às 15:05



Foto: agencias Chacal é um dois maiores terroristas da história
Chacal é um dois maiores terroristas da história
 Muito antes do saudita Osama Bin Laden, o nome que preocupava governos, ocupava noticiários e era caçado por serviços secretos era o de um venezuelano. Ilich Ramírez Sánchez ficou conhecido como Carlos, o Chacal, e foi um dos primeiros terroristas internacionais. Nos anos 1970, ele planejou uma série de atentados, sobretudo na Europa e nos anos 1990, foi capturado e senteciado à prisão perpétua na França. Em entrevista exclusiva por telefone à TV sueca SVT, Chacal comentou a morte de Bin Laden, quem conheceu ainda jovem. Para ele, sua morte foi mal explicada.

"Poderiam ter mostrado a imagem do corpo dele, mas não o fizeram. Há algo de muito estranho nisso. Minha primeira lembrança de Osama bin Laden é dele ainda um menino de 16 anos, no início da década de 1970, no Líbano. É incrível o que ele conseguiu alcançar, é um mártir", afirmou Carlos.

Revolucionário de esquerda, antes de virar Carlos, Ilich formou-se na Universidade Patrice Lumumba, em Moscou, de onde seguiu para o Oriente Médio. Lá, entrou para a FPLP (Frente Popular de Libertação da Palestina), organização pela qual começou a participar de ações terroristas.

Sua fama internacional veio com o famoso caso da Rua Toullier. Em fevereiro de 1975, Michel Moukharbel, um dos líderes da FPLP, foi preso e interrogado pelas autoridades francesas. Durante seu depoimento, disse que viajava a negócios com o objetivo de se encontrar com Carlos. Ao ser encontrado pelas autoridades, o Chacal teria matado três policias e o próprio Moukharbel. Por estes crimes ele foi condenado a passar a vida na cadeia. Ainda em 1975, Chacal comandou sua ação de maior repercussão internacional, o ataque à sede da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), em Viena.

Na entrevista, feita por telefone da prisão onde está, nos arredores de Paris, Carlos refutou as acusações de que é um assassino. "Nem mesmo 10% dos mortos e feridos eram inocentes. Se considerarmos um número entre 1.500 e 2.000 de pessoas que morreram em nossas ações, estamos falando de 150 inocentes, não mais do que isso. Não foram muitos", disse o venezuelano.

Na ação contra a Opep, o rosto de Carlos ficou mundialmente conhecido. Os comunicados em defesa da causa palestina, exigência para não executar os reféns, foram transmitidos por rádio e TV. Os terroristas deixaram a Áustria num avião rumo a Bagdá com 42 reféns, que terminariam libertados em Trípoli e Argel. "Nenhuma pessoa normal escolhe ir para a luta armada e arriscar a vida. Não é normal. Eu nunca escolhi ser guerrilheiro, foram as circunstâncias que me levaram a isso. Tinha dois caminhos: ou seguir adiante, que foi o que fiz, ou desistir, que é o que a maioria das pessoas escolhe", afirmou.

Após ser expulso da FPLP, Carlos passou boa parte da década de 1980 trabalhando para serviços secretos de países do Leste Europeu. Ataques terroristas, executados ou não, eram frequentemente atribuídos a ele, a exemplo de Osama Bin Laden. "De uma hora para a outra, meu rosto estava por todas as partes. As pessoas somente falavam no meu nome. Fui recebido por presidentes, xeques, primeiros-ministros. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer. Mas é fácil pegar gosto por este tipo de coisa", reconheceu o venezuelano.

Novo julgamento

Carlos foi preso em 1994, no Sudão, país que lhe deu abrigo, mas que depois fez um acordo com o serviço de inteligência francês. Carlos foi sedado por seus próprios seguranças. Em novembro deste ano, ele será novamente julgado na França por um atentado cometido na década de 1980. A advogada de defesa é a mulher de Carlos, Isabelle Coutant-Peyre.

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No ano passado, a vida do terrorista virou uma minissérie. O diretor, o francês Olivier Assayas foi acusado de glamourizar o terrorista. Na entrevista ao canal sueco, Carlos disse não ter gostado do resultado, apesar de não ter assistido a série. "Não esperava que fossem defender a causa palestina, mas também não imaginava que fossem alterar os fatos de maneira tão clara. Estão tentando influenciar meu julgamento em novembro. Mas a maioria das coisas que fiz, não falo. Nunca admiti nenhum crime. Tocar no assunto é dar informação ao inimigo", concluiu.

Fonte: operamundi

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