Política

Nestor Cerveró recebeu carro de R$ 200 mil para ocultar propina afirma

Cerveró Lava Jato PMDB 200 Mil MPF

Sexta - 24/07/2015 às 15:07



Foto: Folha Press/Veja Doleiro Alberto Youssef
Doleiro Alberto Youssef
Ministério Público Federal apontou a vida de alto padrão e os presentes de luxo, como uma Land Rover avaliada em R$ 200 mil dada para o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró (Internacional), como forma o de o suposto operador de propinas do PMDB Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, ocultar dinheiro desviado da Petrobrás.

"Expediente utilizado por Fernando Soares para a ocultação/dissimulação da origem criminosa dos valores que repassava a Nestor Cerveró era o oferecimento de \'presentes\' ao ex-diretor da estatal", sustenta a força-tarefa da operação Lava Jato, nas alegações finais da ação penal em que o ex-diretor e o operador, supostos elos do PMDB na estatal, respondem pelo recebimento de US$ 40 milhões, por dois contratos de navios-sonda da Petrobrás.

"Em 27 de julho de 2012 o acusado Fernando Soares, para encobrir o pagamento de vantagem indevida devida a Nestor Cerveró, fruto dos crimes acima mencionados, negociou e comprou em favor de Nestor Cerveró e de sua esposa, Patrícia Cerveró, o veículo Land Rover Evoque Dynamic 5D", informa o Ministério Público Federal.

Para a força-tarefa não há dúvidas de que o veículo nunca foi pago pela mulher de Cerveró, como sustentou a defesa do casal, quando ele foi preso em janeiro. O ex-diretor está detido em Curitiba.

Para ocultar e dissimular a origem criminosa dos valores relativos a esse bem, tal automóvel foi registrado em nome da mulher do ex-diretor da Petrobrás. "Mesmo tendo sido Fernando Soares o responsável pelo pagamento", diz o MPF, no pedido de condenação dos acusados por corrupção e lavagem de dinheiro.

Ele mesmo utilizava, segundo o pedido de condenação do MPF, quatro camionetes de luxo: três Land Rover e uma Toyota Hilux.

Empresas de fachada
Para tentar ocultar a origem e propriedade dos valores movimentados para Cerveró e para seu próprio patrimônio, a Procuradoria da República informa que existem "diversas provas que indicam a utilização" de duas empresas de fachada, a Hawk Eyes e a Technis, por Fernando Baiano.

"Ambas empresas eram utilizadas para ocultar e dissimular o imenso patrimônio que Fernando constituiu após a intermediação da propina das sondas", escrevem os nove procuradores da força-tarefa da Lava Jato.

A própria residência de Fernando Baiano, no Rio, é citada dado como exemplo do conforto do operador. "Trata-se de uma cobertura do bloco 1 do Condomínio Parque Atlântico Sul (antigo Edifício Vieira Souto), localizado na Av. Lúcio Costa, 3600, Barra da Tijuca, um dos mais luxuosos da cidade."

A cobertura de luxo do operador do PMDB está em nome da Hawk Eyes. As empresas foram usadas também para compra da Evoque de Cerveró, as outras três caminhonetes que ele mesmo utilizava, bem como para o recebimento de parte dos US$ 40 milhões recebidos do lobista Julio Gerin Camargo, em nome do estaleiro coreano Samsung Heavey Industries.

A Hawk Eyes, que era uma empresa de papel como a Technis, também serviu para registro da uma lancha de 55 pés, chamada "Cruela 1". "A qual possui dois motores de 800 HP e capacidade para 18 passageiros, e que custa em média R$ 4,5 milhões", diz a Procuradoria.

"Por \'coincidência\' esta lancha foi adquirida de Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente do grupo Andrade Gutierrez, que atualmente encontra-se preso preventivamente na Polícia Federal em Curitiba", afirma o Ministério Público Federal em alegações finais no processo.

Fonte: UOL

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