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Monalysa Alcântara: "Racismo é crime e eu estou aqui para lutar"

Quarta - 23/08/2017 às 13:08



Foto: Miss Brasil BE Emotion/Divulgação Monalysa Alcântara
Monalysa Alcântara

A piauiense Monalysa Alcântara, eleita Miss Brasil 2017, foi alvo de injúria racial em posts nas redes sociais, após vencer o concurso de beleza mais prestigiado do país.

Foi a primeira vez na história do concurso que uma negra transmitiu a faixa a outra – Monalysa recebeu o título das mãos da paranaense Raíssa Santana; antes delas, a única negra a vencer a competição foi Deise Nunes, do Rio Grande do Sul, em 1986. De tom pesado, os ataques pareciam carregados de racismo. Em um post nas redes sociais, uma usuária disse que Monalysa tinha “cara de empregadinha”.

O crime de injúria racial, segundo o Código Penas Brasileiro, pelo qual se ofende a dignidade ou o decoro de uma pessoa com base em elementos de raça, cor ou etnia, rende pena de reclusão de um a três anos, além de multa.

Monalysa Alcântara agora vai representar o Brasil no Miss Universo.

Veja: Esta foi a primeira vez que uma Miss Brasil negra passou a coroa para outra Miss Brasil negra. Acredita que a sociedade esteja mudando? 

Monalysa Alcântara: Acredito que estão enxergando a mulher negra como sempre deveriam: é uma mulher como qualquer outra, que tem sua beleza, sua personalidade e sua luta. Por muito tempo, fomos marginalizadas e vistas como feias e solitárias, mas hoje isso está mudando. O racismo é crime e eu estou aqui para lutar e dar voz contra ele.

V: Qual foi, para você, a parte mais difícil da competição? 

MA: A parte mais difícil foi, sem dúvida, ficar longe da família e amigos. Ter força e inteligência emocional para lidar com as críticas.

V: Como vê suas chances no Miss Universo? 

MA: Eu sempre acreditei no meu potencial, mesmo muitas vezes o mundo dizendo o contrário. Eu vou lutar, vou me preparar e vou representar muito bem meu país, estou disposta e determinada e irei transmitir essa energia.

V: Você se considera feminista?

MA: A igualdade e respeito de gênero deveriam ser naturais… Mas, se lutar e acreditar nos direitos das mulheres é ser feminista, sim, eu sou.

Fonte: Veja Online

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