Esportes

Judoca Mariana Silva deixa bronze escapar e fica em quinto

Mariana encarou a força física da holandesa Anicka Van Emden e perdeu

Terça - 09/08/2016 às 20:08



Como país-sede da Rio 2016, o Brasil pôde inscrever 14 judocas na competição (sete homens e sete mulheres). Da relação convocada, Mariana Silva era apontada como a atleta com menos chance de ir ao pódio na Arena Carioca 2. Mas ela quebrou os prognósticos, superou grandes rivais, chegou na semifinal e quase beliscou uma medalha. Com uma campanha irretocável na manhã desta terça-feira, a paulista de 26 anos, a 15ª do ranking mundial, teve uma estreia tranquila, depois bateu adversárias muito mais gabaritadas (a atual campeã europeia e a campeã mundial de 2013) e surpreendeu ao ir com muito mérito para a semifinal. 

No período da tarde, porém, os golpes de Mari não entraram com a mesma perfeição, ela acabou sendo desviada no caminho do ouro ao ser imobilizada na semifinal pela número 1 do mundo, a eslovena Tina Trstenjak. E, pouco depois, Mariana foi colocada no colo pela torcida e se entregou ao máximo no tatame para colocar uma medalha no peito, mas não foi páreo para a holandesa Anicka Van Emden (7ª do ranking), perdeu por yuko e poderá dizer para o mundo inteiro que ela obteve uma honrosa quinta colocação.

O outro representante do Brasil neste quarto de sete dias de ação do judô na Rio 2016, o carioca Victor Penalber, bronze no Mundial do ano passado, desapontou o público ao ser eliminado nas oitavas de final por Sergiu Toma, dos Emirados Árabes Unidos. Nesta quarta-feira, a partir das 10h (de Brasília), será a vez da disputa do peso-médio (70kg para as mulheres e 90kg para os homens). Maria Portela não é favorita e correrá por fora, enquanto Tiago Camilo, prata em Sydney 2000 e bronze em Pequim 2008, tentará buscar seu terceiro pódio olímpico. Aos 34 anos, o paulista não é mais tão forte quanto na conquista do Mundial de 2007, mas sabe muito bem o caminho das vitórias em grandes competições.

Empolgada com o apoio da torcida, Mariana começou com tudo a sua trajetória na Rio 2016. Após uma disputa forte pela pegada, as duas lutadoras foram para o solo, e Mari conseguiu encaixar uma chave de braço, obrigando Szogedi a bater três vezes a mão no chão, desistindo do combate. Vitória por ippon (assista ao vídeo).

Nas oitavas de final, em duelo contra a respeitada alemã Trajnos, forte candidata ao pódio no Rio, Mariana enfrentou dificuldades desde o início para encaixar a pegada. Com boa postura defensiva, porém, a brasileiro soube evitar entradas de golpes da adversária.

O tempo foi passando e nada de entrada de golpes. Por conta disso, as duas lutadores foram penalizadas por falta de combatividade. O minuto final começou com um shidô para cada lado. Impaciente, o público passou a vaiar a alemã, que foi punida por empurrar a brasileira para fora da área de luta. Assim, faltando dez segundos, Mariana estava na frente. Não deu tempo para mais nada. Vitória importantíssima para a brasileira.

Nas quartas de final, a parada era muito mais complicada para a paulista. Ela tinha pela frente a israelense Yarden Gerbi, campeã mundial em 2013. Mas Mariana não demonstrou qualquer receio e partiu para cima da adversária desde o início.

Empurrada pela torcida, que não tinha mais Victor Penalber para torcer nesta terça-feira, Mari conseguiu vencer a disputa pela pegada e projetou a rival para o solo. A arbitragem, porém, entendeu que a gringa caiu de bruços.

Os minutos foram passando e nada de novas entradas de golpes. As duas apenas se movimentavam e encostavam a perna na rival para evitar punição por falta de combatividade. A luta tinha um só caminho: o golden score. 

O desempate foi muito tenso. Cansadas, Mariana e Yarden não conseguiu pegar com muita intensidade no quimono, mas lutavam na raça para alcançarem a semifinal. A brasileira chegou a ser projetada, mas nada foi marcado. Em um momento de descuido da israelense, Mari demonstrou que a sua vontade era muito maior que a da oponente. Ela rodou Gerbi sobre o seu corpo e viu a rival cair de lado no solo: yuko e vaga na semifinal para delírio da torcida brasileira.

LÍDER DO RANKING TIRA CHANCE DE OURO

A semifinal era mais uma grande pedreira para Mariana. Ela teria que encarar a atual campeã mundial e líder do ranking mundial, a eslovena Tina Trstenjak. Cheia de moral após a grande atuação no período da manhã, a paulista não se intimidou. Porém, após um descuido no minuto inicial, ela sofreu um yuko, ao cair de lado depois de um golpe de perna.

Na frente, a gringa cozinhou a luta e ficou travando a pegada. Mari se esforçou ao máximo para movimentar bastante e achar espaço para entrar um golpe. Mas Trstenjak sabe se defender muito bem. Ela também é fera na arte de evitar punições.

Quando restavam 30 segundos, Mariana errou a entrada de um golpe de quadril e acabou caindo no solo. Foi aí que a europeia se aproveitou da situação e imobilizou Silva. Após 20 segundos sem conseguir escapar, a zebra desta terça-feira perdeu por ippon e deus adeus às chances de ouro. Era hora de focar no bronze.

Bronze

Na luta para ir ao pódio, Mariana tinha de encarar a força física da holandesa Anicka Van Emden, figura constantes na lista de melhores do mundo no peso-meio-médio. A brasileira demonstrou mais uma vez que tem muito gás na disputa por pegada. E não deu moleza.

Durante os dois primeiros minutos, nada de entrada de golpes. Mas europeia passou a achar uma pequena deficiência de Mari. Ela dava espaço para a entrada de golpes de quadril. Foi assim que a paulista acabou sofrendo uma queda e caindo de lado: yuko para Emden.

Era tudo que Anicka queria. Ela usou o minuto final para travar a pegada de Mariana. Não tinha como reagir. O bronze escapou.

Fonte: Globo Esporte

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