Mundo

Macron diz que França retaliará Síria em caso de ataque químico

O governo Putin apoia o regime de Bashar alAssad, que é rejeitado por Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha e outros países

Segunda - 29/05/2017 às 16:05



Foto: RT.com Macron e Putin
Macron e Putin

Em entrevista conjunta com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o presidente francês, Emmanuel Macron, advertiu nesta segunda-feira (29) que "todo uso de armas químicas" na Síria "será alvo de represálias e de uma resposta imediata" de Paris. Rússia e França estão em lados opostos na guerra síria, apesar de ambos combaterem o Estado Islâmico. O governo Putin apoia o regime de Bashar alAssad, que é rejeitado por Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha e outros países do Ocidente.

Rússia e EUA chegaram a entrar em atrito depois que o governo Donald Trump atacou a Síria em retaliação a um suposto bombardeio químico do regime Assad, negado por sírios e russos, em abril. Nesta segunda, Macron também declarou que deseja reforçar "a parceria com a Rússia" no âmbito da luta contra o terrorismo na Síria. "Nossa prioridade absoluta é a luta contra o terrorismo (...) é o fio condutor de nossa ação na Síria e sobre a qual desejo, além do trabalho que realizamos dentro da coalizão, reforçar nossa parceria com a Rússia", explicou o presidente.

Interferência russa nas eleições francesas Os dois líderes também foram questionados sobre as acusações de que hackers russos teriam atuado para interferir na eleição francesa, onde Macron derrotou a candidata de extrema direita Marine Le Pen, que recebeu apoio discreto de Putin durante a campanha. Putin negou que seu governo tenha influenciado as eleições e afirmou que "não há base real" para as acusações. "Não se pode tirar conclusões com base na ideia de que 'talvez hackers russos tenham influenciado'. É muito perigoso basear as acusações em algo não comprovado", disse o presidente russo.

Macron respondeu que Putin falou sobre o assunto durante o encontro entre os dois e que, depois, ambos seguiram a conversa tratando de outros temas. Encontro no Palácio de Versalhes Recém-chegado de conversas com líderes ocidentais nas cúpulas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Bruxelas, e do G7, na Sicília, Macron recebeu o presidente russo no suntuoso Palácio de Versalhes, do século de 17, nos arredores da capital francesa. Em meio ao esplendor barroco, Macron aproveitou uma exibição sobre o czar russo Pedro, o Grande, no ex-palácio real para tentar um novo início nas relações francorussas.

O líder francês, de 39 anos, e Putin trocaram um aperto de mão e sorrisos cordiais, mas formais, quando o último saiu de sua limusine e foi recebido em um tapete vermelho, quando Macron pareceu lhe dizer "bem-vindo" em francês. Em seguida os dois entraram no palácio para iniciar as conversas. Antes do encontro, Macron falou que seria "exigente" nas tratativas com Putin e que o diálogo seria "duro".

Além de estarem em lados opostos na Síria, Rússia e França também têm posições diferentes sobre o conflito na Ucrânia. As relações entre as duas nações se tornaram crescentemente tensas durante o governo do ex-presidente François Hollande. Putin, de 64 anos, cancelou sua última visita planejada em outubro depois que Hollande acusou a Rússia de crimes de guerra na Síria e se recusou a estender o tapete vermelho para ele. 

Fonte: UOL

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: