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Jovem internada por dependência da internet completa um mês de tratame

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Sábado - 22/02/2014 às 10:02



Foto: reprodução Lucélia Cristina Paes, de 26 anos, segue, com sucesso, o tratamento contra a dependência da internet
Lucélia Cristina Paes, de 26 anos, segue, com sucesso, o tratamento contra a dependência da internet
 Agora, sem tremor nas mãos, pela sensação imaginária de estar carregando um celular, Lucélia Cristina Paes, de 26 anos, segue, com sucesso, o tratamento contra a dependência da internet, no Centro Terapêutico Araçoiaba, em Araçoiaba da Serra (SP).

Há um mês internada na clínica especializada, a jovem já consegue compreender a gravidade de seu problema e admite que precisa de mais tempo para se fortalecer, física e psicologicamente, antes de receber alta do tratamento. Os sintomas de depressão e baixa autoestima já não fazem mais parte do cotidiano da jovem, que, hoje, refaz seu circulo de amigos, substituindo os virtuais pelos reais.

Mesmo precisando de remédios e vitaminas para conseguir dormir e se alimentar adequadamente, Lucélia já perdeu a impressão de ter constantemente, nas mãos ou nos bolsos, um telefone celular. “Nos primeiros dias do tratamento, eu ainda sentia o celular vibrando”, revela. De acordo com a psicóloga do Centro Terapêutico Araçoiaba, Ana Leda Bella, que acompanha o tratamento da jovem, os sinais de recuperação apresentados por Lucélia são positivos. “Quando chegou à clínica, ela tremia muito as mãos e não podia ver um celular, que tinha calafrio. Agora, com a compreensão sobre o problema e a aceitação do tratamento, é possível verificar sinais claros de melhora”, comenta.

Conforme contou a jovem, o fim do casamento abriu as portas para que ela entrasse, definitivamente, no mundo virtual, de que tinha acesso, primeiramente, pelo computador e, após, pela tela de um smartphone. “Eu e meu marido brigávamos para ver quem ficaria no computador. Ele viu que eu não dava mais atenção nem para meus filhos e pediu o divórcio”, conta Lucélia. Após este acontecimento, que foi há cerca de cinco meses, o tempo em que a jovem permanecia conectada à internet, conversando com amigos virtuais, em salas de bate-papo e aplicativos de voz, só aumentou. “Eu comprei um celular e passei a virar noites acordada. Não sentia fome e até me esquecia de tomar banho.”

Durante a rotina do tratamento, Lucélia conquistou amizades e, nas reuniões de partilha na clínica, explica aos outros pacientes a seriedade da sua dependência. “O caso da Lucélia é difícil de ser superado, pois, ao sair da clínica, ela terá acesso a um celular com mais facilidade do que um ex-dependente químico terá às drogas”, explica a psicóloga. No entanto, a meta da jovem é conseguir voltar para casa e viver de forma saudável, ao lado dos filhos, de 2 e 6 anos, que atualmente estão sendo cuidados pelos avós. “Quero ensinar para eles como usar a internet, sem se tornar dependente. É algo importante hoje em dia, mas é preciso moderação”, adverte.

Em apoio ao tratamento, Lucélia pratica laborterapia, como os outros pacientes da clínica, que é uma forma de estimular a reflexão. “Entre as atividades que ajudam a Lucélia no tratamento está a de escrever no papel, à caneta, coisa simples que ela já não fazia mais”, explica a psicóloga. Para a jovem, que perdeu o emprego de auxiliar de cozinha e emagreceu 30 kg por conta do vício em internet, este primeiro mês está apenas mostrando o caminho a ser seguido, mas ela sente que precisa de mais tempo de internação, além dos quatro meses previstos para o caso. “Não me sinto pronta para sair ainda. Por isto, quero completar meu tratamento e sair daqui bem fortalecida.” O Centro Terapêutico Araçoiaba fica no km 124 da Rodovia Raposo Tavares, em Araçoiaba da Serra (SP).

Fonte: agencias

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