Polícia

Inquérito vai provar que morte de Camilla foi premeditada

Além dos laudos periciais no corpo e no carro, já foram ouvidos 60 depoimentos

Terça - 28/11/2017 às 11:11



Foto: Arquivo pessoal Camila Abreu
Camila Abreu

O homicídio doloso, com ocultação de cadáver e fraude processual – com destruição de provas -, que está sendo enquadrado como feminicídio, praticado contra Camilla Pereira de Abreu, 21 anos, foi premeditado. A conclusão é do coordenador da Delegacia de Homicídios, delegado Francisco Costa, o Barêtta.

O delegado revelou mais detalhes do inquérito que apura o assassinato da estudante universitária pelo capitão da Polícia Militar do Piauí, Alisson Wattson da Silva Nascimento, 37 anos, réu confesso da execução da namorada, na madrugada de 26 de outubro. O corpo foi abandonado no povoado Mucuim, cerca de 100 metros da BR-343, próximo ao posto da Polícia Rodoviária Federal.

Provas robustas

Além dos laudos periciais do Instituto de Criminalística do Piauí, já anexados nos autos, o inquérito ouviu 60 testemunhas e colheu “provas robustas” da autoria e da motivação do crime.

"A premeditação está explícita no inquérito policial. O autor demonstrou isso na fase de execução. A premeditação não está aparente, está totalmente desenhada dentro do inquérito", revelou o delegado em entrevista na manhã desta terça-feira (28).

"Reconstruímos todo o fato criminoso, revelamos toda a conduta criminosa praticada pelo autor do crime em busca da verdade real. Temos indícios robustos de que o capitão praticou homicídio doloso qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual", Barêtta. 

Sofrimento

Barêtta afirmou, com base em depoimentos, que Camilla Abreu sofria e "pedia socorro" há seis meses, tentando acabar com uma relação doentia, com as agressões físicas e morais a que era submetida pelo namorado. 

"Testemunhas disseram que ela, praticamente, pedia socorro porque queria se desvencilhar do autor do crime, pois ele era um indivíduo que sentia ciúmes doentio. Ela já havia sido aconselhada a procurar o comando da PM e a delegacia de polícia porque ele não largava ela”.

Frio

Barêtta definiu o capitão como um indivíduo “extremamente frio”, que submeteu a vítima a intenso sofrimento físico e mental antes dela ser morta sem nunhuma chance de defesa. "Ela tinha marcas de agressões nas pernas, nas coxas e na barriga... Você tem que buscar prova não só no local, mas retroagindo. E isso ficou bem claro. Foram ouvidas várias pessoas que já tinham convivido com o autor do crime que relataram ameaças, violência, agressão feitas por ele... um indivíduo agressivo e que já tinha agredido várias vezes a vítima e que chegou à fase final com a execução da vítima”, acrescentou o delegado.

Preso

Allisson Wattson continua preso preventivamente no Quartel do CFAP, no bairro Ilhotas em Teresina e o Conselho de Justificação, formado pelos coronel Edson Ferreira da Silva, tenente-coronel Jorge de Sousa Lima e major José Wilson Gomes da Silva Nascimento, tem prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 20, a critério do comandante-geral da PM, coronel Carlos Augusto, para decidir qual será a punição para o oficial, acusado de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e destruição de provas, conforme o inquérito policial 104/2017, da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil do Piauí.

Fonte: Polícia Civil/DH

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